Novo chefe-geral da Embrapa Semiárido quer destinar pesquisas para ajudar homem do campo contra secas prolongadas

por Carlos Britto // 30 de janeiro de 2014 às 17:40

Pedro Gama4No próximo dia 14 de fevereiro, o pesquisador Pedro Carlos Gama da Silva tomará posse como novo chefe-geral da Embrapa Semiárido. Mas ele já conhece muito bem os meandros do ofício. A primeira vez em que assumiu o cargo, em 2004, ficou até 2008 (na época, o mandato de dois anos era renovável por mais dois). Agora Pedro Gama terá um triênio (2014/16), com espaço para mais outro, para encarar “os novos desafios” – que ele já sabe quais são.

Natural do Cariri – uma região inóspita do interior de Campina Grande, na Paraíba –, Gama disse nunca ter visto uma estiagem tão longa e impiedosa como a atual. Por esta razão ele pretende priorizar investimentos em pesquisa como forma de ajudar as famílias do campo a se prevenirem no futuro de fenômenos climáticos como esse.

“Acredito que a pesquisa pode fazer mais para que daqui a 40, 50 anos possamos estar numa situação diferente, quando outra seca parecida atingir o semiárido”, avaliou, em entrevista ao Blog.

O novo chefe-geral ressaltou que para isso a Embrapa vem recebendo do governo federal investimentos a contento em laboratórios e infraestrutura (diferente das dificuldades enfrentadas pelo órgão com a crise econômica do país nos anos 80).

Coletividade

Outro ponto destacado por Gama, dentro de sua nova gestão, é a renovação nos quadros da Embrapa Semiárido. Com o preenchimento de vagas deixadas pelos pesquisadores com vasta experiência da região por outros concursados, que chegam de diferentes partes do país, o maior desafio é o processo de adaptação destes. Ele admite que alguns pesquisadores, mesmo com grandes conhecimentos em suas áreas, acabam se transferindo por não se acostumarem ao clima do Sertão. Mas a maioria não tem problemas.

A adaptação é um impacto, mas a vinda desses pesquisadores é importante porque eles trazem outras visões, outras tecnologias”, reforça Gama. Ele acrescenta ainda que o fato de a Embrapa não ter conotações políticas, o que abriria brechas para indicações, facilita esse trabalho. Tudo por lá acontece através de processo seletivo – inclusive o do próprio chefe-geral, o qual considera “desgastante”.

Para a posse de Gama, que acontecerá às 9h no auditório do órgão, na BR-428 (a cerca de 50 km de Petrolina), o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, já está confirmado. Outras autoridades municipais também deverão prestigiar a solenidade em fevereiro.

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