Petrolina foi surpreendida, nesta terça (28), com a greve na empresa de transportes Viva Petrolina. A ação paredista foi promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrolina (Sinttrop).

Como este Blog já informou, a Justiça julgou a greve ilegal e estabeleceu multa de mil reais por dia ao sindicato, caso a decisão não fosse cumprida. O problema era achar o presidente do Sintrrop, Jaime Pessoa, para que o oficial de justiça entregasse a decisão judicial. Até o início da noite de ontem não se tinha notícia de que o tivessem encontrado.

A empresa divulgou uma nota dizendo que a greve era absurda, já que estava com pagamentos em dia, e o que cobravam era o adiantamento que já tinha começado a ser pago. Sobre certidões em atraso, a Viva Petrolina enviou comprovantes ao Blog mostrando que está em dia.

A direção da Viva informou ainda que ônibus foram estacionados em frente a garagem e até pneus foram esvaziados para que os ônibus não rodassem;

Como assim? Se a greve era de interesse dos funcionários por que impedir a saída, já que nem cobrador nem motorista iriam trabalhar? A greve não era uma vontade dos trabalhadores?

O certo é que Petrolina precisa pensar melhor nessa crise do transporte público da cidade. Há muito as empresas são tachadas como vilãs, quando o erro está na gestão pública.

Até poucos dias os ônibus levavam mais de cem mil passageiros por mês de graça. Isso mesmo, gratuitamente, porque alguém entendeu que deveriam distribuir carteirinhas de graça pra quem precisava e quem não precisava. Os amigos, para ser mais claro.

Os custos das empresas não são levados a sério, já que os administradores públicos nunca trataram a planilha como deve ser.

Longe de querer defender as empresas, pois precisam melhorar muito, a verdade é que nunca se fez gestão séria no sistema de transportes de Petrolina. Os gestores nunca se aprofundaram para pensar, modernizar e investir no sistema. Preocuparam-se apenas em não deixar a passagem subir para que não caísse em suas costas o peso do aumento, e assim promoviam o improviso sem fim.

A Joalina mantém há muitos anos uma caçamba e funcionários só pra tapar buracos e arrumar corredores de ônibus para que possa trabalhar. E isso é obrigação de empresa de ônibus? Não basta os políticos decidirem que as empresas vão levar gente de graça e ainda isso?

Os corredores de ônibus são mal cuidados, os pontos não existem e os itinerários são mal planejados.

Não se pode atribuir essa culpa apenas ao atual  prefeito, Júlio Lóssio (PMDB), pois esse já pegou essa bomba chiando de antes. Mas também ele não poderia fazer pirotecnia dizendo que vai fazer surpresa no transporte público da cidade. A comunidade não quer surpresas, espera é gestão.

Também não adianta dizer que dono de empresa está ganhando dinheiro como se fosse um crime. Empresa privada trabalha é visando ao lucro mesmo. Cabe ao poder público cobrar a excelência dos serviços, definir uma tarifa justa e exigir, ao menos, o mínimo de conforto aos passageiros que pagam uma tarifa altíssima para um serviço que deixa a desejar.

O sistema de transporte público de Petrolina é um caos.

Ou se para e faz um planejamento profissional com direitos e deveres definidos, ou continuaremos na zona de tarifa de primeiro mundo e serviço de mundo subdesenvolvido. Simples assim.