Um dos pré-candidatos a prefeito de Petrolina, Odacy Amorim (PT) se disse otimista em construir um palanque organizado da oposição para a disputa majoritária desse ano. Em entrevista ao Programa Carlos Britto na Rural FM, nesta segunda-feira (27), o petista acredita num diálogo positivo com outras forças do bloco, a exemplo do ex-prefeito Julio Lossio (PSD) e do deputado estadual Lucas Ramos. Este último, filiado ao PSB, foi convidado pelo governador Paulo Câmara a integrar sua equipe como secretário de Ciência e Tecnologia, o que o deixou automaticamente fora da briga pela prefeitura da maior cidade do Sertão pernambucano.

Para Odacy, o deputado federal Gonzaga Patriota – outro nome de peso no PSB local – terá um papel importante nesse processo. “Tenho dialogado com o deputado Gonzaga Patriota e espero, no momento oportuno, conversar com Lucas”, ponderou o petista, que defende um número mais reduzido de candidaturas no primeiro turno. Segundo ele, Petrolina tem a possibilidade de decidir uma eleição para prefeito num inédito segundo turno, o que aumentaria as chances da oposição contra o atual prefeito Miguel Coelho (MDB), o qual tentará renovar o mandato.

Sem Lucas no páreo e Gonzaga apenas nos bastidores, o apoio de Paulo Câmara ficaria entre Odacy e Julio Lossio. O ex-prefeito, inclusive, vem se empenhando para isso também. No último sábado (25), inclusive, Lossio estava com o gestor socialista na inauguração do hospital de Campanha do Estado em Petrolina. Mas nem isso e nem mesmo o fato de que seu partido deverá lançar candidatura própria à Prefeitura do Recife, referendando a deputada Marília Arraes, tira a convicção de Odacy de ter o governador no seu palanque.

“O governador não vai ter coragem de subir num palanque contra mim. Em 2018 eu e Dulcicleide (Amorim) estávamos como ele. Tinha candidato a deputado que não botava a foto do governador nem nos seus santinhos, enquanto os nossos eram casados, pra ganhar ou pra perder. Não fizemos jogo duplo. Nossos votos eram casados com o do governador, dos dois senadores (Jarbas Vasconcelos, MDB, e Humberto Costa, PT) e de (Fernando) Haddad para presidente, que foi vitorioso em Petrolina”, declarou. Perguntado se estaria torcendo para Marília se eleger, porque dessa forma deixaria a suplência e assumiria a vaga dela na Câmara dos Deputados, Odacy disse estar focado em ser prefeito de Petrolina para concluir o mandato de quatro anos que não lhe deixaram (em 2008), e não em Marília. “Eu não tive poder para garantir minha eleição de deputado federal, vou ter poder para tirar Marília? agora, se Deus quiser que ela seja prefeita, ninguém perde, assim como se for João Campos ninguém perde, e na hora certa as coisas se consolidam”, pontuou.