Pré-candidato a prefeito de Petrolina, o deputado estadual Odacy Amorim (PT) decidiu não mais aceitar calado a pecha de “traidor” atribuída a ele por outro prefeiturável, o federal Adalberto Cavalcanti (PTB). O petista elevou o tom e rebateu na mesma altura as críticas dirigidas a ele.

Em entrevista ontem (27) à Rádio Jornal, Odacy disse ter sido indagado em duas oportunidades por Adalberto se ele manteria a parceria com o petebista, caso saísse da dobradinha em Afrânio (PE), cidade-natal de Adalberto. Odacy, por sua vez, disse que só aceitaria se o deputado federal fizesse o mesmo em relação a Petrolina.

“Ele reclamou porque disse que me apoiaria em Afrânio de graça, enquanto tinha outro deputado que oferecia uma estrutura de R$ 600 mil pelo apoio da cidade de Afrânio. Então Adalberto precisa ser homem para assumir isso e deixar dessas maluquices”, disparou.

Odacy garantiu que, mesmo sabendo um dia antes da eleição que Adalberto estava apoiando outro estadual, decidiu manter a parceria com o petebista porque, segundo ele, “naquele momento não adiantava romper”. Odacy disse ainda que a questão do apoio do vice-prefeito de Petrolina ao seu nome, à época, foi “mero pretexto” de Adalberto para tachá-lo de traidor, porque ele agiu muito pior. “Adalberto tinha, aqui na região, oito deputados estaduais que fazia dobradinha, além de ter fechado com os mototaxistas”, reforçou.

Reuniões

O petista assegurou ainda, quanto ao apoio de Guilherme, que participou de duas reuniões abertas. Uma delas foi promovida pelo prefeito Julio Lossio (PMDB), o qual liberou parte do seu pessoal para apoiá-lo; a outra aconteceu no comitê de Armando Monteiro Neto (PTB), que concorria ao governo do estado, e foi organizada pelo coordenador de campanha de Armando – o então secretário de Governo Orlando Tolentino, com os cargos comissionados do prefeito. “Eu entendia que, quem seguisse as orientações do prefeito, votaria em mim para deputado estadual e em Guilherme para deputado federal. Mas eu informava ao prefeito e a Guilherme que, fora daquele círculo de amizade, eu tinha um candidato a deputado federal. O ex-vereador Deílson Mororó estava lá como pessoa ligada a Adalberto”, lembrou.

Uma terceira reunião ocorreu no Hospital Neurocárdio e teve como coordenador o médico José Carlos Moura, o qual declarou apoio a ele e a Guilherme. Esse encontro, no entanto, foi fechado porque ele deixou claro que apoiava Adalberto. “Fui correto com Adalberto porque me sinto na obrigação de honrar aquilo que assumo”, afirmou. O mesmo de Adalberto, no entanto, Odacy não viu. “Pergunte a ele porque levou Romário Dias (deputado estadual apoiado por Adalberto) para Afrânio, no dia da eleição, e por que ele estava fazendo campanha para Romário em Petrolina, até de forma estranha”, completou.  Odacy deixou claro também que não pretende promover debates nesse formato, e sim no campo das ideias, do qual sempre defendeu. “Petrolina não merece isso”, completou. (foto/arquivo)