De acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira (25) pelas Nações Unidas, pelo menos 85 mil mulheres foram assassinadas intencionalmente em 2023, a maioria por parceiros ou familiares. O levantamento, conduzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e pela ONU Mulheres, revelou que o lar continua sendo o local mais perigoso para as mulheres, com 60% dos casos ocorrendo dentro de casa.
Os dados indicam que, em média, 140 mulheres são mortas por dia, ou uma a cada 10 minutos. O problema atravessa fronteiras e afeta todas as classes sociais, com o Caribe, América Central e África liderando as taxas de feminicídio, seguidas pela Ásia.
Nas Américas e Europa, a maioria dos crimes é cometida por parceiros íntimos. Já em outras partes do mundo, parentes próximos estão mais envolvidos. Muitas das vítimas relataram episódios prévios de violência física, sexual ou psicológica, sugerindo que medidas preventivas, como ordens judiciais, poderiam ter evitado as mortes.
Embora a taxa de feminicídios tenha mostrado leve redução ou estagnação desde 2010 em algumas regiões, a ONU alerta que os números permanecem alarmantes, refletindo práticas e normas sociais profundamente enraizadas.
Sima Bahous, diretora da ONU Mulheres, enfatizou que o feminicídio não é inevitável e defendeu o fortalecimento de legislações e a ampliação da coleta de dados para combater essa violência estrutural. (Fonte: Isto É)
