Operação policial investiga uso de casas lotéricas em Pernambuco para lavagem de dinheiro público; Floresta na lista

por Carlos Britto // 12 de novembro de 2020 às 07:31

Foto: PF/divulgação

A Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11), a Operação ‘Mapa da Mina’, que apura o uso de casas lotéricas de propriedade de agentes políticos para lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o local seria utilizado como ponto para lavagem de dinheiro decorrente de desvio de verba pública e de corrupção.

A investigação foi iniciada em abril de 2018 com a deflagração da Operação ‘Decimus’, que identificou um grupo empresarial comandado por um oficial da Polícia Militar de Pernambuco, que atuava  na área de vigilância e de serviços gerais. A Polícia Federal informou que o PM levantou suspeitas após apresentar um crescimento econômico a partir de 2013 através de contratos com entidades públicas municipais, estaduais e federais, com dispensas de licitação suspeitas ou processos licitatórios direcionados.

A PF também comunicou que durante os anos de 2017 e 2020, duas das empresas do grupo já receberam aproximadamente R$ 175 milhões. Dinheiro este que, segundo a Polícia Federal, foi adquirido de cofres públicos e distribuídos em três categorias: Entidades municipais, que teriam recebido aproximadamente R$ 54 milhões; entidades estaduais, com R$ 105 milhões e entidades federais, com R$ 16 milhões.

De acordo com o delegado responsável pela operação, Bernardo Gonçalves Torres, o aumento repentino da empresa chamou atenção para as investigações. “Essa empresa de segurança teve uma evolução meteórica em pouco tempo, entre 2013 e 2018, ela pulou de zero funcionário para mais de 800 funcionários isso com contratos de administração pública dos três  níveis de governo. Se apurou já o pagamento de R$ 175 milhões em contrato. É importante salientar que alguns desses contratos são legítimos, pois participaram de processo de licitação”, pontuou.

Ainda segundo órgão, os indícios colhidos na primeira fase da operação indicam que os agentes políticos investigados atuam em parceria com o grupo empresarial, junto a dirigentes de alguns órgãos públicos, com o propósito de direcionar licitações ou dispensa em favor de empresas do grupo.

De acordo com a PF, as firmas beneficiadas com os contratos públicos milionários, além de outras empresas coligadas, transferem dinheiro rotineiramente para cinco casas lotéricas de propriedade dos agentes políticos envolvidos, e são mantidas  para viabilizar o processo de lavagem de dinheiro, onde as somas transferidas já totalizam mais de R$ 14 milhões.

Mandados de busca

Ao todo, estão sendo executados 25 mandados de busca e apreensão, sendo 23 na Região Metropolitana de Recife, um em Caruaru (Agreste) e um em Floresta (Sertão). “Essas investigações da Polícia Federal indicaram que havia um fluxo para as lotéricas e isso aconteceu concomitantemente a essas empresas ganharem licitações”, afirmou o superintendente da CGU, Fábio Araújo. Na ocasião, o superintendente falou também que a investigação segue em sigilo devido a apuração de crimes antecessores a lavagem de dinheiro já constatada pela equipe de investigação. (fonte: Diário de PE)

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