Uma nova organização política formada por vários movimentos sociais, movimentos de bairros, movimentos sindicais, de juventude, de mulheres, que decidiram construir uma alternativa para a atual conjuntura, representando, principalmente, a classe trabalhadora. É assim que define o representante da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) em Pernambuco, Alexandre Ferreira, que está rodando todo o Estado recolhendo, juntamente com movimentos sociais, assinaturas para a criação do novo partido.

Em entrevista a este Blog, Alexandre detalhou o objetivo principal da nova legenda, que é esquerdista e busca transformar o movimento em partido. “A Unidade Popular é constituída por vários movimentos sociais, tanto movimentos de lutas nos bairros, de luta de classes, movimento de mulheres, movimento de juventude. São vários movimentos que decidiram ter a necessidade de criar um instrumento de participação no campo político. A UP tem uma posição clara da necessidade de representação da classe trabalhadora e ser uma ferramenta de representação. [a UP] Surgiu com os debates dos movimentos sociais que não faziam parte de nenhum partido institucional. Queremos que a nossa posição seja representada no Congresso”, explicou.

Em Petrolina, a UP tem, principalmente, o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sinticon) e da União dos Estudantes Secundaristas de Petrolina (Uesp), que já recolhem assinaturas desde o ano passado. O contato direto com o povo é o diferencial da UP. Os representantes saem às ruas e debatem as propostas para criação da sigla com o povo. Representantes de outros sindicatos também participam da campanha.

De acordo com o diretor do Sintcon, Marcelo Pessoa, o trabalho de recolhimento de assinaturas é diário. “A gente vem fazendo um trabalho no centro da cidade, na porta de universidades, nas feiras, nos bairros. É um trabalho que não é fácil. É um trabalho diário, que também tem discussão com a sociedade sobre a necessidade de criação da UP. Sempre fazemos debates para divulgar as propostas e objetivos para criação da UP. Quem quiser nos apoiar nesse processo de assinatura vai ser muito bem vindo”, disse.

Evandro José da Silva, representante da Uesp, disse que a UP é um instrumento de luta. “A gente está  apoiando a Unidade Popular e temos feito vários debates com estudantes. A UP é um instrumento de luta, e não apenas mais um partido político. Por isso que a gente se identifica, por ser um instrumento de luta do povo, dos trabalhadores, da juventude”, disse Evandro, que estava acompanhado de Camila Roque, representante do Movimento de Mulheres Olga Benario.

Posições

Para o representante da UP em Pernambuco, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) é um retrocesso para a classe trabalhadora. “A gente tem ma posição clara sobre isso. Os grandes partidos colocaram que a solução para a crise seria tirar Dilma [Rousseff], mas na prática tirar Dilma significa empossar Michel Temer. E o PMDB, DEM, PSDB são um retrocesso, na nossa opinião, para a classe trabalhadora. A gente é contra a terceirização, somos a favor que não tenha mais o pagamento da dívida pública. A gente quer que essa lógica seja modificada”, detalhou.

A meta, segundo Alexandre Ferreira, conseguir as assinaturas necessárias em 2017. “São 500 mil assinaturas. Em Pernambuco já passamos das 100 mil”. Quem quiser manter contato com o representante do Sintcon para assinar a ficha de apoio à criação da UP pode entrar em contato pelo telefone (87) 98827-3806 ou acessar a página do movimento no Facebook (Unidade Popular pelo Socialismo).