Em pronunciamento na tarde desta terça-feira (28), na Câmara dos Deputados, Gonzaga Patriota (PSB) comentou sobre a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O socialista, que defendeu o nome de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, revelou que acabada a euforia das eleições é hora de trabalhar pelo desenvolvimento do Brasil, defendendo uma trégua com o governo de continuidade de Dilma.

“Agora, como oposição, entendo que ainda não é chegada a hora da oposição da qual faço parte, como um todo, ir para cima da presidente reeleita. É importante que nos juntemos, principalmente aqui no Congresso Nacional, para procurar ajudá-la a tirar o país dessa terrível crise”, avaliou.

Gonzaga ainda explicou o porquê de ter defendido o nome de Aécio para presidente.

“Diante das crises por que passa hoje o Brasil, dentre elas, financeira, falta de crescimento, inflação alta e a corrupção corroendo o patrimônio público, e pela minha modesta experiência de mais de 30 anos no parlamento e, ainda, tendo acompanhado, já como parlamentar, crises e mais crises vividas e criadas por governos antidemocráticos, a exemplo de João Figueiredo e José Sarney, e até pelo primeiro presidente eleito após a derrubada da ditadura, Collor de Melo, crises suportadas pelo país inteiro, crises que prejudicaram muito a nossa economia, o nosso crescimento e a nossa população, principalmente a mais humilde, não tinha outro caminho senão apoiar uma candidatura de mudança, como o fiz, apoiando Aécio neves, que infelizmente não venceu a eleição”, esclareceu.

O deputado não deixou de repreender a falta de diálogo da presidente com o parlamento e com os setores produtivos do país e afirmou que as urnas lhe deram um alerta..

“A presidente reeleita Dilma Rousseff precisa mudar e muito a sua maneira de governar. Ela tem que buscar consolidar a sua vitória promovendo o diálogo e a conversação com os setores produtivos e com o Congresso. Ela ganhou as eleições de 2010 com uma diferença de 12 pontos. Agora, venceu com menos de três pontos de vantagem. Vai ter que conversar com a oposição, principalmente com deputados e senadores, para evitar determinados acordos que geram crises de corrupção. Os acordos e entendimentos devem ser com os bancos, com a indústria, com o agronegócio com a construção civil e tantos outros setores que impulsionam a nossa economia, hoje quebrada e falida”, disse.

 Corrupção

Para Gonzaga, o combate à corrupção será um grande desafio do Governo Dilma. “O escândalo da Petrobras está aí e é preciso ser enfrentado, não pela metade. Outros escândalos estão para vir, todo mundo já sabe disso. O dos bancos, das Previdências Privadas, de Sindicatos, de ONGs, de OCIPs e tantas outras instituições que lhe ajudaram a ganhar as eleições, desviando o dinheiro dos seus associados, na contratação de ônibus para transportar pessoas para comícios, como o que ocorrera em Petrolina, dias antes da eleição do Segundo Turno. Isto tem que ser feito, doa a quem doer. Para isso, ela tem que renovar o seu próprio governo. Escolher uma nova equipe que seja capaz de criar novos programas e projetos para o Brasil”, destacou.

Gonzaga também lembrou das obras que estão se arrastando há anos e que precisam ser concluídas o mais rápido possível, a exemplo da Ferrovia Norte-Sul, entre Anápolis (GO) e Estrela D’Oeste (SP); a Ferrovia Transnordestina (projeto de autoria do socialista) que corta o Estados do Maranhão, Piauí, Pernambuco, Ceara e a Bahia; o complexo de refino Comperj, no Rio de Janeiro; e a transposição do São Francisco, nos dois eixos de 470 km de extensão e que levarão água para quatro estados do Nordeste. Ele destacou ainda outro projeto seu que já está há mais de 20 anos no Congresso Nacional, e que interligará o Rio Tocantins ao Rio São Francisco. As informações são da assessoria do deputado.