A aprovação em primeiro turno da PEC dos Precatórios pela Câmara dos Deputados, no começo da madrugada de hoje (4), por 312 votos a favor (apenas quatro a mais do que exigia a maioria qualificada para esse tipo de matéria) contra 144, levou o deputado federal pernambucano Túlio Gadêlha a se rebelar contra seu próprio partido, o PDT. Isso porque a PEC passou com votos de parlamentares da legenda e também do PSB.
O problema é que os dois partidos são oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Pelo menos em tese. Essa PEC é a esperança do governo para viabilizar o Programa ‘Auxílio Brasil’, que substituirá o ‘Bolsa Família oferecendo pelo menos R$ 400,00 mensais aos beneficiários, em pleno ano eleitoral, ao mesmo tempo em que adia o pagamento de precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela justiça). Mas para se chegar a esse valor, o novo programa social furaria o teto de gastos determinado pelo Ministério da Economia.
Em seu perfil no Instagram, Túlio e curto e direto no seu comentário ao justificar a rebeldia: “A PEC dos Precatórios é um calote no povo. É deixar de pagar uma dívida judicial com o trabalhador para abrir espaço no orçamento. Parte dos R$ 90 bilhões será usada para Bolsonaro comprar deputados na Câmara. O PDT vacilou”.