Pela primeira vez nas eleições estaduais, o eleitorado pernambucano terá sua maior parcela formada por pessoas com nível médio completo. É o que revelam os dados do perfil do eleitorado do Estado quanto à escolaridade, divulgados pela Justiça Eleitoral. O grupo de pessoas que se autodeclararam ter ensino médio completo representa 25,5% dos 7.018.098 eleitores aptos a votar nas eleições de 2022, equivalente a 1.789.346 votantes. Este grupo supera ligeiramente o segundo mais representativo do eleitorado – o dos que têm ensino fundamental incompleto, com 24,1% (1.691.013). Somados, eles são praticamente metade dos votantes.
Ao efetuar o cadastro dos eleitores, a Justiça Eleitoral divide o eleitorado em oito categorias de escolaridade, de acordo com a autodeclaração: analfabetos; os que sabem apenas ler e escrever; ensino fundamental incompleto; ensino fundamental completo; ensino médio incompleto; ensino médio completo; ensino superior incompleto, e; ensino superior completo.
Das eleições de 2012 até a última, em 2020, a maior parcela do eleitorado pernambucano sempre foi formada pelos que têm o nível fundamental incompleto, chegando a 31,55% dos eleitores há dez anos. Passada uma década e seis eleições, esta parcela manteve-se expressiva, porém gradativamente vem perdendo peso relativo a cada pleito: foi de 28,89% em 2014; 27,38% em 2016; 26,01% em 2018; 24,91% em 2020 até chegar aos atuais 24,1%.
A parcela dos eleitores com ensino médio completo é que teve um vertiginoso aumento entre 2012 e 2022. Há dez anos, este grupo consistia em 10,85% dos eleitores, sendo, à época, apenas o quarto segmento mais representativo, atrás dos que tinham nível fundamental incompleto (31,55%), dos que sabiam apenas ler e escrever (20,31%) e o dos com ensino médio incompleto (17,08%). Com base nos dados de 2022, o crescimento deste grupo na participação total do eleitorado foi de duas vezes e meia.
Apesar desse avanço, outros estados vizinhos obtiveram melhores resultados com relação aos percentuais de eleitores nos extratos de grau de instrução “ensino médio completo × ensino fundamental incompleto”, a saber: Ceará, 25,55% médio, contra 20,84% fundamental incompleto; Bahia, 26,51% médio, contra 22,78% fundamental incompleto; este último estado com o maior crescimento da escolaridade dos eleitores dentre todas as unidades federativas do nordeste brasileiro. Como de costume, os indicadores socioeconômicos de Pernambuco tem se deteriorado nos últimos anos, a exemplo da taxa de desemprego, e ranking de competitividade, ficando pra trás de nossos vizinhos mais tradicionais, como as duas unidades da federação já citadas, mas a máquina de propaganda estatal faz parecer que estamos indo de vento em polpa, utilizando-se, para isso, de dados descontextualizados, imprecisos e sem base comparativa.