“Petrolina foi a primeira cidade em Pernambuco a ter um produto aprovado pela certificadora Fairtrade Labelling Organizations International (FLO), em 2003. A nossa intenção é disseminar a ideia de que é possível exportar e obter lucros, mesmo sendo uma pequena entidade no competitivo mercado global”. A declaração é do coordenador da Unidade de Negócios do Sebrae Sertão do São Francisco, Sebastião Amorim, no encerramento do 1º Seminário de Fair Trade/Comércio Justo do Estado de Pernambuco, realizado recentemente em Petrolina.
Em sua palestra, o representante da certificadora FLO, Reinaldo Rodrigues, esclareceu de que maneira o comércio justo – um tipo de comercialização internacional em que o produtor recebe remuneração justa por seu trabalho, realizada por mais de 2000 empresas no Brasil – configura-se como oportunidade para o pequeno produtor se tornar um empresário exportador, com consumidores fieis e um negócio mais seguro.
Com os benefícios das vendas, o produtor certificado fair trade é incentivado a investir em desenvolvimento social ou econômico da sua cooperativa ou associação. A primeira entidade em Pernambuco a ter um produto certificado pelo FLO, no ano de 2003, foi a Associação dos Produtores Rurais do Núcleo 06 do projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, em Petrolina, com a exportação de mangas.
De acordo com o presidente da associação, Antônio Neto – mais conhecido como “Coutinho” -, o grupo construiu um galpão, investiu em melhorias no sistema de bombeamento e tem agora um projeto de construção de uma creche para os filhos dos produtores. “Estamos esperando o reaquecimento das exportações para implementar essas melhorias e transformar a associação em cooperativa, o que nos garantirá uma negociação mais profissional”, afirmou.