Petrolinense que brilhou no Panamericano de Handebol Juvenil agora quer fazer bonito no Mundial

por Carlos Britto // 28 de abril de 2017 às 10:52

Com apenas 18 anos e já na sua primeira convocação para a Seleção Brasileira Juvenil de Handebol, o armador petrolinense Marcos Vinycius Guimarães foi um dos destaques da equipe na primeira competição internacional que participou vestindo a camisa verde-amarelo, quando ajudou o País a chegar à final, ficando com o vice-campeonato panamericano da categoria. O duelo, bastante disputado, foi contra a Argentina, no último final de semana no Chile. Foi um jogo onde só se definiu o resultado nos últimos minutos da prorrogação, e os ‘hermanos’ acabaram levando a melhor e ficando com o título. O placar foi 22 x 21, mas demonstrou a força e o talento do time brasileiro, aliado com a categoria da equipe.

“O handebol brasileiro vem em evolução. Trouxemos o vice-campeonato para o Brasil e assim, iremos disputar o mundial juvenil na Geórgia, em agosto. Vamos fazer o melhor, apesar de ser uma competição mais difícil”, disse Vinycius, que apesar de jovem, demonstra maturidade de veterano.

“Temos chegado a disputar finais em todas as categorias. Na América do Sul, temos a hegemonia junto com a Argentina, e em nível mundial nossa evolução é crescente”, frisou o armador.

O talento e o discernimento para avaliar o esporte que pratica, Viniycius aprendeu desde cedo. Tem em casa um exemplo de atleta e seu maior ídolo no handebol, que é seu pai, o professor Marquinhos, do Colégio Dom Bosco. Também tem como espelho no esporte o ex-jogador Ivan, um os maiores atletas que Petrolina possui e que levou o nome da cidade para o Brasil e o mundo.

Vinycius está em casa, descansando para encarar os próximos desafios. Ele é atleta do Sport Uninassau. Sua performance no time do Colégio Dom Bosco e em seguidas convocações para a Seleção Pernambucana o fez ascender no esporte e chegar até o Rubro Negro. Antes do Sport, Vinycius teve uma passagem rápida no Clube Pinheiros, em São Paulo, mas optou ficar no Estado, por estar também num clube de estrutura, perto de casa e poder se dedicar melhor aos estudos.

“Não me reintegrei para poder descansar um pouco, mas na próxima semana temos o zonal Nordeste, e no começo de maio o brasileiro pela Uninassau. O calendário da seleção se adequá aos dos clubes para não atrapalhar os times nas competições. E em agosto vem o desafio do mundial”, pontuou o atleta.

Novos talentos

Marquinhos, pai de Vinycius, vem de uma ‘geração de ouro’ do handebol petrolinense. De um tempo em que as escolas investiam no esporte com mais vontade e se formavam grandes talentos que serviam de exemplos e espelho para que mais gente fosse descoberta e a cidade fosse representada dentro e fora do País.

Perguntado se ele acha que o handebol, bem como outras modalidades, precisam de mais atenção na cidade e que grandes nomes de Petrolina como o próprio Ivan, no handebol, poderiam ser chamados para ajudar nesta organização, Marquinhos diz que caminho seria por aí.

“Acho que poderia se pensar num projeto com Ivan. Junto com ele fazer um trabalho com esporte nos bairros, mostrar a importância do esporte. Ele chega em São Paulo e é um cara muito respeitado. Unindo grandes ex-atletas para um trabalho, assim teremos muitas alegrias e muitos talentos se destacando e integrando as próximas seleções, como Vinycius foi”, comentou Marquinhos.

O professor também coloca essa falta de estímulo para o esporte na conta dos pais. “Precisa também que os pais deixem os filhos se interessar pela prática de esportes. Não só pressionar para entrar na universidade, passar num Enem. O esporte faz com que a pessoa se desenvolva, ganhe em concentração, convívio social, relacionamentos, e isso se leva para a vida inteira”, assinala o professor.

Vinycius concorda com a visão do pai. “Temos muitos atletas bons que precisam só de organização. Esses ídolos são espelhos e têm muito a contribuir”, complementou o armador da seleção brasileira, que passou por uma peneira dura para conquistar a vaga no time do Brasil e frisa que não vai perder mais é de jeito nenhum. “A meta é crescer no handebol e levar o Brasil a grandes conquistas, levando o nome de Petrolina junto”, finalizou Vinycius.

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