A Polícia Federal (PF) investiga a ligação da quadrilha interestadual que teve seis de seus integrantes mortos nessa quarta-feira (26), em Salgueiro (PE), no Sertão Central, com facções criminosas de atuação nacional. Isso porque, durante a operação policial que impediu o assalto a um avião de transportes de valores, foram encontrados seis fuzis russos AK-47 e uma metralhadora ponto 50, de uso exclusivo do Exército.
“Trata-se de uma quadrilha interestadual, com representantes em vários outros Estados e, com certeza, tinham relações com outras quadrilhas”, disse o assessor de comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro. Ele conta que armamentos como os utilizados pelo grupo são contrabandeados por traficantes internacionais de armas. “Conseguem entrar pelas nossas fronteiras. Vão para o Rio de Janeiro, São Paulo, depois são encaminhados para integrantes de quadrilhas em outros Estados”, afirma. A metralhadora ponto 50, de uso exclusivo do Exército e de alto poder de fogo, pode disparar de 400 a 600 tiros por minuto, com alcance de até 1,5 quilômetro, sendo capaz de derrubar helicópteros.
Ação
No momento da aterrissagem do avião, os assaltantes invadiram a pista do aeroporto e abordaram os vigilantes dos carros-fortes que transportariam o dinheiro. Eles também dispararam contra o avião, ferindo o piloto e obrigando-o a parar. Na abordagem policial, houve intenso confronto com os assaltantes, resultando na morte de cinco bandidos e no ferimento de outro criminoso. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. O piloto também foi socorrido e o quadro de saúde dele era considerado estável. Nenhum valor foi subtraído.
Outros quatro integrantes da quadrilha foram presos. “Alguns, que estavam em uma caminhonete próxima e que ajudariam na fuga, conseguiram fugir. Estão sendo realizadas buscas na região, com o apoio da Polícia Militar, para localização e prisão desses assaltantes”, disse Giovani Santoro. Um carro utilizado pelos bandidos foi metralhado.
Os criminosos mortos usavam capuzes e vestiam coletes à prova de balas. O grupo vinha sendo investigado havia pelo menos três anos. Eles foram identificados como Francieldo do Nascimento Silva, de 47 anos; Cláudio Aprígio da Silva Neto, 46; Alex Gonçalves dos Santos, de 37; Renato Vieira dos Santos, de 51, Rafael Rodrigues Pereira, 36, e Galdioso Moura da Silva, de 47 anos – este último ex-policial militar do estado da Bahia.
Histórico
A operação conjunta foi coordenada pela Policia Federal – DPF de Juazeiro (BA). O grupo era considerado uma das quadrilhas mais organizadas da divisa entre os estados da Bahia e Pernambuco, conhecida por praticar crimes na cidade de Bom Jesus da Lapa, no Oeste da Bahia, onde teria executado dois policias militares. Os criminosos também atuaram no ataque a uma agência do Banco do Brasil, em Jacobina, no norte baiano, além de terem investido contra pelo menos cinco carros-fortes entre Remanso e Juazeiro, também no norte baiano, e em Petrolina, no Sertão pernambucano. Com informações da Folha de PE.