Resolução do Denatran deverá entrar em vigor a partir de janeiro.
Medida visa impossibilitar, como roubo, clones de placas e desmanches.
O projetista Emerson Pires recebeu duas multas numa estrada por onde nunca passou. “Clonaram a placa do meu carro”, diz. Ele vai recorrer. O carro da foto da multa e o dele têm diferenças nas cores das maçanetas, dos frisos e das lanternas traseiras. O clone esta sem antena, não tem adesivo da concessionária, o número “sete” não é igual nas duas placas e nem a posição dos furos de amarração. Parece jogo dos sete erros e as multas podem se repetir.
Para evitar casos como o de Emerson Pires, o novo lacre terá um número cadastrado no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan), e será uma das características do veículo, como a cor, a placa e o número do chassi.
Todo o processo de fabricação, manuseio e descarte do lacre será monitorado por uma central de computadores. Qualquer agente credenciado que venha manuseá-lo e utilizar o sistema de controle, deverá se identificar por biometria (leitura da sua impressão digital). Cada passo do agente responsável pela lacração será acompanhado por essa central, o que impossibilita fraudes. Qualquer tentativa de violação do lacre é prontamente identificada e transmitida aos Detrans.
Data incerta
A vida dos clonadores vai ficar mais difícil. Além de copiar a placa, eles terão que descobrir uma forma de reproduzir cada lacre com a numeração certa para cada carro. A nova tecnologia tem data marcada para entrar em vigor: primeiro de janeiro. Mas os Detrans da maioria dos estados não estão prontos para a mudança.
Em Pernambuco, um lacre rastreável é usado desde 2007, mas ele é diferente do escolhido pelo Denatran. O mesmo ocorre em mais seis estados. Os outros pediram mais tempo para cumprir a portaria. A principal justificativa é que em todo país apenas uma empresa foi credenciada para fabricar o lacre.
O Denatran informou que outras três empresas estão em processo de credenciamento. E que vai decidir, ainda esta semana, se muda a data para uso dos novos lacres.
No entanto, a prática já deveria estar em vigor desde julho deste ano, mas foi adiada a pedido da Associação Nacional dos Detrans, propiciando não só o tempo necessário à adequação em cada estado, como a paração de empresas para atendimento.