A chacina que vitimou sete pessoas em um bar (foto) de Sinop, no norte de Mato Grosso, nessa terça-feira (21), chocou a população pela brutalidade e frieza com que o crime foi cometido. Os autores e todas as vítimas já foram identificados. A Polícia Civil também pediu a prisão dos suspeitos, mas eles estão foragidos.
Quando e onde o crime ocorreu?
A chacina ocorreu em um bar, no bairro Jardim Lisboa, em Sinop, a 504 km de Cuiabá, na tarde de ontem.
Onze pessoas estavam no local — os dois autores do crime, o homem que estava jogando com eles, o dono do bar e mais sete clientes.
Quem são os autores?
Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, moradores do município, foram identificados pela Polícia Civil como autores do crime.
Eles estão foragidos, segundo o delegado Bráulio Junqueira.
A dupla usou uma espingarda 12mm e uma pistola 38 para matar as vítimas.
Ezequias tem passagens pela polícia por porte de arma ilegal, roubo, formação de quadrilha, lesão corporal e ameaça, além de possuir um mandado de prisão em aberto.
Edgar tem passagem na polícia por violência doméstica.
Quem são as vítimas?
Seis homens e uma adolescente de 12 anos foram mortos.
Larissa Frasão de Almeida, de 12 anos (filha de Getúlio, que também foi morto, e de Raquel Gomes de Almeida, que sobreviveu à chacina).
Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos (pai de Larissa e marido de Raquel Gomes de Almeida, que sobreviveu à chacina);
Orisberto Pereira Sousa, de 38 anos, cliente do bar;
Adriano Balbinote, de 46 anos, cliente do bar;
Josué Ramos Tenório, de 48 anos, cliente que parou para assistir à partida de sinuca
Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos
Elizeu Santos da Silva – 47 anos (ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no hospital)
Há sobreviventes?
O delegado Bráulio Junqueira afirmou que nove pessoas foram rendidas e apenas duas delas sobreviveram, sendo a mulher de Getúlio, Raquel Gomes de Almeida, e o sobrinho dele, Luiz Carlos Souza Barbosa.
Qual foi a motivação para o crime?
Edgar e Ezequias teriam perdido algumas partidas de sinuca para Getúlio, o que teria motivado o crime.
Os jogos eram apostados e os suspeitos teriam perdidos mais de R$ 4 mil.
Segundo o delegado, Edgar ficou revoltado com a derrota e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas, enquanto o comparsa pegava uma espingarda no carro e, depois, iniciaram as execuções.
Qual o andamento da investigação?
A polícia informou que já pediu a prisão temporária de Edgar e Ezequias.
Testemunhas já foram ouvidas e, segundo o delegado, não há dúvida quanto à identificação dos suspeitos e motivação do crime.
A espingarda calibre 12 mm e a caminhonete usadas na chacina foram apreendidas.
Cronologia do crime
O suspeito Edgar e a vítima Getúlio combinaram, dias antes, de jogar sinuca, apostado, no bar onde o crime ocorreu.
Na manhã dessa terça-feira (21), os dois iniciaram as apostas. Edgar perdeu cerca de R$ 4 mil e foi para casa.
Getúlio continuou no bar, junto com a esposa e a filha, onde almoçaram e ficaram conversando com amigos.
Durante a tarde, Edgar voltou na companhia de Ezequias e desafiaram Getúlio novamente.
O clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outra desavença, segundo testemunhas relataram ao delegado.
A dupla perdeu mais partidas para Getúlio. Edgar fica revoltado, joga o taco de sinuca na mesa, dá um sinal para Ezequias, que rende todas as pessoas, enquanto o comparsa pega uma espingarda no carro.
Ezequias dá um tiro em Bruno, dono do bar, e depois um tiro pelas costas do Getúlio, que cai, e recebe mais dois disparos na cabeça.
Enquanto isso, Edgar dispara nas outras vítimas que estavam no local.
Três pessoas correm para fora do bar, entre elas a adolescente, mas são atingidos pelas costas e morrem. Uma conseguiu fugir.
Após a execução, os homens pegam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca e outros objetos pelo bar e fogem em uma caminhonete que estava estacionada em frente ao local.
O que falta esclarecer
A polícia ainda tenta localizar os autores do crime. Além disso, ainda não se sabe onde está a pistola usada por Ezequias durante a chacina.
Outro ponto a ser esclarecido é se as armas possuem documentação. Edgar tinha cadastro em um clube de tiros de Sorriso, mas não foi informado se os suspeitos tinham registros de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Investigadores também tentam entender como Raquel, mulher de Getúlio e mãe da Larissa, e Luiz Carlos Souza Barbosa, sobrinho de Getúlio, conseguiram ‘escapar’ da chacina. Ela aparece nas imagens abaixada atrás de uma mesa. Os atiradores chegam próximos a ela, mas ‘desistem’ de atirar. (Fonte: g1-MT)