A Polícia Federal (PF) abriu novo inquérito para apurar pagamentos de propinas da Odebrecht em outros contratos, além do que estavam sob investigação na Petrobras pela Operação Lava Jato. O alvo são 38 negócios identificados nos registros de pagamentos do Setor de Operações Estruturadas da empresa – o chamado “departamento da propina” – nas apurações da 35ª fase, batizada de Operação ‘Omertà’, que prendeu na segunda-feira (26) o ex-ministro Antonio Palocci.
“Resolve: instaurar Inquérito Policial para amparar as medidas de polícia judiciária decorrentes dada deflagração da 35ª fase ostensiva da Operação Lava Jato, batizada de ‘Omertà’, especificamente em relação ao núcleo de investigação objeto das medidas cautelares deferidas”, informa o delegado da PF, Filipe Hille Pace, em seu despacho.
São apurados suposta prática dos crimes de corrupção ativa passiva, quadrilha, lavagem de capitais e de fraude em licitações. “Foram identificados diversos beneficiários de recursos ilícitos disponibilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”, informa o delegado.
Lista
Na mira da PF estão 38 obras da empreiteira Odebrecht em todo o País e no exterior. Os empreendimentos foram destacados pelo delegado em relatório da Omertà. “Relaciono algumas das obras públicas e/ou consórcios e empresas indicadas no documento mencionado, repetindo que, por se tratarem de arquivos recuperados, estão parcialmente corrompidos, não sendo permitido vincular diretamente as obras e/ou consórcios e empresas indicadas com os beneficiários encontrados e mencionados acima”, afirma.
Pace é taxativo. “É indubitável que os nomes que colaciono motivaram pagamento de vantagens indevidas a agentes ainda não identificados”, diz. A Omertà investiga as relações de Antonio Palocci com a Odebrecht. Planilha apreendida durante a operação identificou que, entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci.
As obras alvo do novo inquérito não tem relação necessária com as propinas pagas ao PT, via Palocci. Novos nomes devem surgir, tanto de agentes públicos, como de políticos e operadores. (fonte: Agência Estado/foto: Cristina Índio do Brasil/AgBr)