Os consumidores devem se preparar para um possível aumento nos preços dos combustíveis, com distribuidoras alertando sobre um reajuste a partir desta terça-feira (11). O aumento, segundo sindicatos que representam os revendedores, é resultado dos efeitos da Medida Provisória 1.227, apelidada de “MP do Fim do Mundo”, enviada ao Congresso na semana anterior pelo Ministério da Fazenda.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), a gasolina pode ter uma variação de 4% a 7%, representando um acréscimo de R$ 0,20 a R$ 0,36 por litro, enquanto o diesel pode ter um aumento entre 1% a 4%, ou seja, de R$ 0,10 a R$ 0,23 por litro. O impacto total da MP nas empresas de distribuição de combustíveis é estimado em R$ 10 bilhões, segundo projeções do IBP.

As distribuidoras estão informando aos postos sobre esses ajustes de preços, sendo que até o momento apenas a Ipiranga emitiu um comunicado formal. No entanto, Vibra (antiga BR Distribuidora) e Raízen (Shell) ainda não se manifestaram oficialmente sobre o assunto.

José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, sindicato que representa os postos em São Paulo, prevê que o aumento será repassado integralmente pelas distribuidoras aos consumidores, dada a alta concorrência no setor. Ele descarta a possibilidade de recomposição de margens de lucro por parte dos postos. Emílio Martins, presidente do Recap, sindicato que representa postos da região de Campinas, acredita que o aumento de preços é uma estratégia do setor para pressionar o Congresso a rejeitar a MP ou o governo a retirá-la. Até o fechamento da reportagem, o Ministério da Fazenda não havia se pronunciado sobre o assunto. (Fonte: Metrópoles)