Apesar da pandemia, o clima político-eleitoral vai dando o ar da graça em Petrolina. E do jeito que já era esperado. A bancada de oposição na Câmara de Vereadores vem engrossando seu repertório de críticas ao prefeito Miguel Coelho (MDB), virtual candidato à reeleição. Agora, é a vez do deputado estadual Lucas Ramos (PSB), também cotado para disputar a prefeitura nas eleições municipais deste ano, mostrar os dentes contra a administração.

Adversário político de Miguel até mesmo quando este ainda integrava o PSB, Lucas rebateu as críticas do prefeito ao Governo Paulo Câmara em relação ao trabalho de enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19). Isso porque a prefeitura teve de interromper o processo de reabertura das atividades econômicas em Petrolina, por determinação judicial, para que seguisse o plano estadual de retomada da economia.

O parlamentar disse que a justiça “atestou a incompetência” do prefeito nas ações para conter o avanço do coronavírus e que ele tenta, agora, “transferir a responsabilidade” para o governo do Estado por não conseguir administrar a cidade nesse momento.

O ataque de Lucas não ficou sem réplica, que ficou a cargo do líder comunitário Pedro Caldas. Integrante do grupo político de Miguel e pré-candidato a vereador, ele afirmou entre outras coisas que o deputado “defende o indefensável” ao alegar que o prefeito fez o que o Estado deveria ter feito nos três últimos meses “de completa inoperância” em relação ao enfrentamento da doença. Caldas ainda completou citando um velho adágio popular para o deputado: “Muito ajuda quem não atrapalha”.

É absolutamente natural a estratégia dos adversários de Miguel em criticar sua gestão, que navega num alto índice de popularidade. Mas a questão que fica é que, exatamente num momento em que o Congresso Nacional discute a possibilidade de adiar o pleito para novembro, politizar uma pandemia pode não ser a melhor estratégia.