Presidente da Alepe critica demora nas cirurgias em crianças com microcefalia

por Carlos Britto // 31 de julho de 2024 às 15:00

Foto: divulgação

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto, criticou a falta de assistência e a demora nas cirurgias ortopédicas em crianças com microcefalia causada pelo Zika vírus. Em resposta a uma reportagem publicada pela Folha de São Paulo e repercutida por outros veículos, Porto destacou a ineficácia da saúde pública em Pernambuco e reafirmou que a Alepe continuará exigindo melhorias no atendimento à população.

A reportagem apontou que as crianças afetadas pela síndrome congênita têm acesso limitado a tratamentos terapêuticos e cirurgias, o que agrava o sofrimento das famílias, especialmente das que vivem no interior do estado e precisam viajar longas distâncias para receber atendimento em Recife. O texto também revelou a falta de material para os procedimentos, o que adia as cirurgias e prolonga a dor e a perda de qualidade de vida das crianças.

“É desumano e inadmissível que essa situação persista sem uma mobilização efetiva do governo estadual para agilizar os atendimentos”, afirmou Porto. Ele lembrou que em abril, durante uma audiência pública com a União de Mães de Anjos em Pernambuco e representantes da rede estadual de saúde, foi discutida a necessidade urgente de cirurgias para 139 pacientes, com um custo estimado de R$ 5 milhões. Porto criticou ainda o fato de o governo ter contratado uma consultoria do Hospital Albert Einstein por R$ 23,2 milhões enquanto negligenciava as crianças com microcefalia.

As cirurgias corretivas de luxação dos quadris são essenciais para o desenvolvimento ósseo das crianças e para aliviar a dor, que muitas vezes nem a morfina consegue amenizar. Porto enfatizou que as intervenções são emergenciais e que a Alepe continuará pressionando o governo para criar soluções que garantam o tratamento e as cirurgias necessárias, possivelmente em parceria com a iniciativa privada e instituições filantrópicas. “A saúde dessas crianças precisa ser uma prioridade. As cirurgias permitem um mínimo de qualidade de vida tanto para os pacientes quanto para suas mães, que enfrentam diariamente o desafio de cuidar de seus filhos e filhas. Vamos seguir cobrando ação do governo”, concluiu. (Fonte: Folha PE)

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