Presidente do PT de Curaçá admite que ativista errou ao chamar PM de “macaco”, mas diz que nota de apoio foi mal interpretada

por Carlos Britto // 25 de setembro de 2020 às 07:52

Foto: Reprodução/Print vídeo

Em nova nota, o presidente do PT de Curaçá (BA), Júlio Cézar de Almeida Lopes, minimizou a nota de apoio à ativista Libânia Torres, a qual no último dia 16/09 chamou um policial militar em Salvador (BA) de “macaco” durante uma abordagem. Júlio Cézar pediu desculpas e reconhece que Libânia errou em sua atitude com o PM, ressaltando que atos de racismo ou injúria racial devem ser combatidos. No entanto, ele também afirmou ter sido mal interpretado.

Confiram:

Ao Povo da Bahia, ao Povo de Curaçá,

Escrevo essa nota em respeito a todas as pessoas e principalmente a todos Policiais Militares do Estado da Bahia e do Brasil, e de forma muito especial a todas as pessoas que defendem e reconhecem a igualdade racial.

Infelizmente nem sempre conseguimos expressar com palavras o que realmente sentimos, do mesmo modo que, na grande maioria das vezes, o que escrevemos ou falamos é interpretado de forma diversa a que pretendemos, a depender do interlocutor.

Fiz uma nota de apoio à conterrânea Dona Libânia Torres pelo ocorrido no dia 16 de setembro de 2020, e apesar de tê-la assinado em nome do Partido dos Trabalhadores, a fiz por vontade própria. Por conhecer Dona Libânia desde que nasci.

Não concordo com a forma grosseira e agressiva com que ela tratou os policiais. Fiz a nota porque, mesmo reconhecendo que ela teve um comportamento totalmente errado, não me contive ao ver uma pessoa de nosso convívio tão transtornada sendo conduzida à prisão. Uma pessoa, mãe de família, com uma história de muitos serviços prestados à comunidade, sempre se indignando publicamente com injustiças, aos 64 anos de idade se encontrar envolvida em situação tão constrangedora, é incompreensível. Eu me emocionei profundamente e quis lhe levar meu carinho, em retribuição a um pouco do que ela já fez por mim e pelos curaçaenses de modo geral. Sei que o que ela fez é inadmissível, mas não é por isso que quem conhece sua história vai esquecer seu passado. Lembrar que ela está com problemas depressivos graves, e estava em Salvador fazendo tratamento de saúde. Não achei justo ficar silente, conhecendo sua índole e suas lutas.

Não tenho e não tive a intenção de legitimar qualquer agressão à corporação da Polícia Militar, ou a qualquer um Policial especificamente. De forma nenhuma fiz a Nota para atacar ou diminuir a importância da Instituição Polícia Militar, ou mesmo o profissional que acompanhou a ocorrência daquela noite, e pior ainda, desqualificar o Policial.

Venho por meio desta pedir desculpas por qualquer palavra que tenha sido interpretada de maneira diferente do que eu pretendia. 

Qualquer ato de racismo ou injúria racial tem que ser combatido com firmeza. É importante ter educação política para o conjunto da sociedade compreender que mesmo questões culturais e históricas, não estão isentas de serem permeadas pelo racismo que estruturou a nossa Sociedade.

Nada que remeta ao racismo pode ser perpetuado ou justificado. Uma palavra que em um contexto pode ser comum e em outro contexto é racista, não deve ser utilizada sem refletir sobre como chegará ao seu interlocutor. Todas as palavras que são carregadas historicamente de racismo têm que ser abolidas. É o mínimo a se fazer em uma sociedade com tantas heranças malditas do racismo.

Dona Libânia errou. Certamente irá responder pelo que fez. Eu posso ter cometido erros, estou pronto para assumi-los. Mas não aceito que sejam atribuídas palavras ou intenções que não foram ditas ou manifestadas em mim ou em qualquer pessoa.

“Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”. São João 8:7

Júlio Cézar de Almeida Lopes/Presidente do PT – Curaçá (BA)

Presidente do PT de Curaçá admite que ativista errou ao chamar PM de “macaco”, mas diz que nota de apoio foi mal interpretada

  1. José disse:

    A manchete demonstra uma forte intenção de prejudicar o PT e a esquerda. O que há,
    Pq isso? Talvez o colunista, se justo, pudesse ressaltar q o erro foi cometido por uma pessoa em estado depressivo, como afirmou o presidente, e em auto-defesa, talvez. Mas a intenção em geral é criminalizar o campo progressista? Aliás, o q o producente colunista achou do discurso de Bolsonaro na ONU? Pode falar sobre isso ou está proibido?

    1. Gilmar Baki disse:

      7.716/1989. Enquanto a injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça.

    2. Punisher disse:

      Mas e o Bolsonaro? E a extrema-direita? E o Trump? E o Queiroz? E o Guedes?
      Esquerdistas precisam aprender a ser gente e assumir os próprios erros.

    3. Eleitor disse:

      Aí surge a pergunta, o militonto assistiu TODO o discurso, ou pinçou frases soltas para distorcer a seu bel-prazer?

  2. André Sousa disse:

    Isso é o velho conhecido ditado “CAGAR FINO”.
    Falou, falou, mas não justificou.
    Embora tentando tirar o caneco da reta, vai responder judicialmente e pagar pela defesa do indefensável.

  3. Defensor da liberdade disse:

    Grande bosta, ofensa ser considerado crime é um atentado contra a liberdade de expressão, foi criado justamente para o povo não criticar acidamente políticos e funças públicos.

    Ofender é um direito, se sentir ofendido não é.

  4. Um Brasil melhor disse:

    A coisa apertou pra ele, já voltou atrás….. é a turma do mímimi….agora vai receber um processo para aprender a não falar besteira.

  5. Paulo disse:

    Falou PT, falou em bost@.

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