Como já noticiado por este Blog, o pró-reitor de Ensino da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Manoel Messias, afirmou que a instituição tem como prioridade o bônus regional para os estudantes de Pernambuco, Bahia e Piauí nos cursos da Univasf. E na manhã desta segunda-feira (3), ele reforçou o posicionamento da instituição em entrevista ao Programa Carlos Britto, na Rural FM.
“Temos duas situações. Vamos fazer no final do mês a discussão e a aprovação do novo procedimento, e teremos que esperar a votação. O professor Paulo Fagundes (reitor pró tempore) vem nos cobrando desde o início e é algo que nos preocupa muito. Nós fomos obrigados – universidade, população, gestores públicos – a buscar ferramentas para o enfrentamento dessa pandemia, que vai transformar paro bem ou para o mal nossa sociedade. E na primeira movimentação que tivemos de montar um exército de enfrentamento do Covid, percebemos a dificuldade que muitas prefeituras do Brasil, em especial aqui em nosso semiárido, têm em contratar profissionais da área de saúde. Então, só essa primeira movimentação, essa grande dificuldade, já nos obriga, nos induz, a um novo olhar sobre a possibilidade de implantar o bônus para os universitários”, contou.
Quanto a opinião daqueles que são contra o bônus regional, Manoel Messias declarou: “as pessoas se amarram muitas vezes num discurso desse, para cercear um direito das pessoas, dos nossos alunos do semiárido nordestino. São muitas vezes pessoas que já foram em algum momento de sua vida bonificadas por terem entrado por uma cota, algum bônus. Quando entra na universidade ela faz vista grossa para aquele irmão, correligionário, que não teve a mesma oportunidade. Eu acho que a universidade é, sim, um instrumento federal, tem que estar aberto para todo mundo, mas se você for fazer uma análise, a grande maioria das universidade federais que estão no Interior do Nordeste estão caminhando nesse sentido. A universidade é, acima de tudo, um vetor de desenvolvimento e a gente não pode deixar de ter um olhar nesse sentido”, frisou o pró-reitor de Ensino.
Sobre o número de estudantes da Univasf da região e os de outros locais, o pró-reitor destacou que está sendo finalizado um levantamento, e com um cenário bem diferente do primeiro (realizado em 2015). “Estamos finalizando até quarta-feira um levantamento de todos os campi. Primeiro que na hora que a discussão for iniciada no Conselho Universitário, nós vamos precisar ter o apoio para a produção dos nossos conselheiros dos diversos territórios, cursos e campi da instituição”, informou.
Retomada das aulas
Ontem (2) foi apresentada ao Conselho Universitário (Conuni) uma proposta de resolução, que se for aprovada, a Univasf estará retomando suas atividades remotamente em 14 de setembro. “A proposta será votada no Conuni dia 13 de agosto”, adiantou.
Prezado Carlos Britto,
Como sertanejo também acho essa proposta de bonificação interessante. No entanto, ela precisa ser trabalhada com muita cautela. Primeiro, temos realmente esse problema na Univasf? Cadê os números? Digamos, se os nossos cursos estiverem sendo acessados apenas por discentes oriundos das capitais do Nordeste e de cidade de regiões mais desenvolvidas do Brasil, aí sim, temos uma justificativa para fazer uma política de bonificação para atender a demanda dos estudantes do sertão nordestino. Essa situação acontece em todos os cursos? creio que não. Isso pode acontecer em cursos mais concorridos, como Medicina. Certo, então vamos ver a questão de Medicina, já que uma das justificativas para esta proposta é a sua contribuição para aumentar a formação de médicos oriundos de cidades do interior do Nordeste, para que se tenha uma maior fixação destes profissionais no sertão nordestino. Aí eu pergunto: Existe alguma justificativa plausível para se bonificar os candidatos sertanejos oriundos da Bahia, do Piauí e de Pernambuco (Proposta sugerida pelo Pro Reitor de Ensino Temporário) e deixar de fora da bonificação os candidatos sertanejos oriundos do Maranhão, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e de Alagoas? Porque existe um Campus da Univasf em São Raimundo no Piauí, faz todos sertanejos do Piauí serem mais merecedores de um bônus numa instituição pública de ensino, como a Univasf, do que os sertanejos do Ceará? São mais merecedores de um bônus do que os próprios sertanejos de Alagoas e Sergipe, que aliás, ficam muito mais próximos do Campus de Paulo Afonso (Curso de Medicina) do que o estado do Piauí. Quero deixar claro que eu não nada contra o estado do Piauí, inclusive, parte de minha família é de lá, apenas uso ele como exemplo da incoerência dessa proposta. Será que nas cidades do interior do Maranhão, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe está sobrando médicos? Sou favorável a uma política de bonificação, caso os nossos cursos sejam majoritariamente ocupados por alunos oriundos das capitais e de regiões do Brasil onde o ensino é mais desenvolvido do que no interior do Nordeste brasileiro. No entanto, sou totalmente contrário a um tipo de política de bonificação que beneficie sertanejos em detrimento de outros sertanejos. Creio que o saudoso Oswaldo Coelho não ficaria feliz com um tipo de política mesquinha como essa. E digo mais, se tal política injustificável (bônus somente para alunos do Piauí, Pernambuco e Bahia) for implantada, esse processo corre sério risco de judicialização.
Gostaria de complementar o meu comentário anterior. Não sei se o Pro-Reitor Temporário detalhou a proposta para você, mas do jeito que se foi falado aqui, não se distingue os candidatos das capitais da Bahia, Pernambuco e do Piauí dos candidatos do interior desses estados. Basta ser da Bahia, de Pernambuco e do Piauí que terá bônus? Mas a justificativa não é dar bônus ao sertanejo? ao candidato do interior? para termos mais médicos no interior do Nordeste? Então os candidatos do Recife-PE, Salvador-BA e Teresina-PI são mais merecedores de bônus na Univasf do que os sertanejos das cidades de Delmiro Gouveia-Alagoas (ao lado de Paulo Afonso), Canindé do São Francisco-SE (ao lado de Paulo Afonso)? Um candidato do Recife é mais sertanejo do que um candidato de Barbalha-CE?
A atual administração da UNIVASF devia ter menos retórica e partir para realizações. Não apresentou números, não apresentou um diagnóstico….Enfim, mais uma “fala barata” de uma Pró-reitoria conduzida por um incapaz.
Lembro que faz pouco tempo o Prof. Manuel Messias anunciou em todos os canais de comunicação a aprovação de um curso EAD no valor de 12 milhões de reais…..foi protamente advertido pelo MEC por divulgar Fake News. Mais um vexame da gestão interventora e golpista da UNIVASF.
Enquanto o Pró-Reitor de ensino discute bônus, que é impostante, mas não crucial nesse momento, a Univasf carece de técnicos administrativos em Educação. Com advento da pandemia, universidades de todo país terão de montar estruturas grandes e capacitadas para modalidade EAD em todos os cursos, pois dificilmente as aulas presencias serão retomadas até o final do ano.
Fico aqui a me perguntar; como a Univasf fará isso? Um mar de docentes e poucos TAE. Só lembrando, quem faz as estruturas universitárias funcionarem são os técnicos, sobretudo os de nível Superior em Educação. Sou aluno da Univasf e falo com conhecimento de causa.
Sou totalmente a favor do bônus para estudantes da região. Também sou a favor da contratação de novos Técnicos Administrativos em Educação. A Univasf precisa crescer. São muitos estudantes e municípios que dependem da Univasf.
Defendo bônus também nos concursos para servidores da Univasf. São mais empregos para nossos irmãos baianos, pernambucanos e piauienses.