Problemas estruturais no N-4 leva produtor a cobrar lideranças políticas de Petrolina

por Carlos Britto // 26 de dezembro de 2014 às 13:47

ricardoA falta de estrutura no N-4 do perímetro de irrigação Senador Nilo Coelho reivindicada pela comunidade não está restrita apenas à saúde pública. Um dos problemas mais críticos atinge também os colonos, que não escondem sua insatisfação com os altos custos para produzirem nos lotes.

Ao Blog, o presidente da Associação de Produtores de Acerolas do Vale do São Francisco, Ricardo Lowenstein, afirma que a taxa elevada da água que chega aos lotes deixa a categoria “à mercê da própria sorte”.

Ele informou que os produtores têm imensas dificuldades em honrar seus compromissos por conta da tarifa, que deve ficar ainda mais salgada. “A termelétrica está funcionando, e quando funciona faz aumentar a tarifa de energia, e a nossa conta de água também aumenta. Chegamos ao ponto de ter produtor que se fizer a feira num mês, deixa de pagar a água. Ou se paga a água, não faz a feira”, lamenta Lowenstein.

Como exemplo, o presidente da associação lembrou que atualmente uma caixa de acerola sai por R$ 12. Desse valor, o colono paga R$ 6 ou R$ 7 à mão de obra (catadores). Sobram, então, R$ 5 para esse mesmo colono pagar R$ 2 de água, mais R$ 1 de capinagem e R$ 1 para adubar o lote. “Você só fica com R$ 1. Então é melhor ser catador do que ser dono de lote”, desabafou.

Críticas

Lowenstein também não poupa críticas à 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf, que ficou mais restrita a conversas com os produtores depois – segundo ele – “de ter passado para as mãos do grupo do prefeito Julio Lossio”. Ele afirmou que há terrenos pertencentes à Companhia que estão se tornando obsoletos e poderiam servir de moradias, mas quem tenta ocupar é retirado à força pelo órgão federal. “Eles mandam tirar na base da polícia”, garante.

Em relação à prefeitura, Lowenstein cobra melhorias no transporte coletivo do N-4. Ele argumenta que as vans de transporte alternativo circulam geralmente lotadas na comunidade, sem as mínimas condições de conforto aos passageiros. Segundo o presidente, um representante do município já esteve no N-4 e conversou com os moradores sobre a possibilidade de viabilizar um micro-ônibus, mas por enquanto não passou disso. Ele aproveita ainda para reforçar as cobranças junto às lideranças políticas da cidade, que saiu fortalecida nas eleições desse ano. A reportagem do Blog entrou em contato com a assessoria da 3ª SR Codevasf e está tentando também com a assessoria da prefeitura acerca dos assuntos citados por Lowenstein.

Problemas estruturais no N-4 leva produtor a cobrar lideranças políticas de Petrolina

  1. José Roberto disse:

    Quem usa água para ganhar dinheiro, deve pagar mais água mesmo.

  2. lúcia disse:

    paga sim o justo não ser explorado, quanto as vans são um tormento para as comunidades do N4,N5 E C2 que usam diariamente.

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