Problemas na Rede PEBA continuam prejudicando saúde pública de Juazeiro

por Carlos Britto // 13 de fevereiro de 2023 às 10:31

Foto: Ascom PMJ/Sesau divulgação

Criada no ano de 2011, a Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco nos Estados de Pernambuco e Bahia (Rede PEBA) continua sendo um ‘nó’ para os gestores públicos. Ao contrário da promessa de reordenação dos serviços para facilitar o acesso à assistência em saúde de média e alta complexidade da população nos 53 municípios distribuídos entre os dois Estados, a Rede PEBA tornou-se um desafio difícil de ser superado.

Na pactuação, o município de Juazeiro (BA) é responsável por manter na rede a Maternidade Municipal, responsável por partos de baixa e média complexidade. De acordo com o secretário de Saúde de Juazeiro, Fernando Costa, a maternidade recebe um número de pacientes muito acima da sua capacidade instalada.

A unidade dispõe de 50 leitos, contudo temos uma média mensal de 568 internamentos. Destes, 44% são de Juazeiro e 56% de outros municípios. Além do mais, ela está subfinanciada, pois recebemos um valor de R$ 661.608,77 reais, mas as despesas giram em torno de R$ 2,5 milhões, ou seja, todo mês, temos um déficit de mais de R$ 1,8 milhão“, detalhou o secretário.

Os problemas da Rede PEBA acabam afetando também os serviços do município que não estão integrados a ela. Exemplo disso é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que realiza atendimentos de urgência e emergência. O papel da unidade é estabilizar os pacientes, como explica Costa. “A UPA não é um hospital, o paciente deveria ser encaminhado para outra unidade entre 12h e 24h. Por conta da superlotação dos hospitais Regional (em Juazeiro) e Universitário (em Petrolina), que dispõem de poucos leitos, os pacientes acabam ficando internados na UPA, gerando custos e prejudicando o atendimento”, destacou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Juazeiro também é impactado, pois rotineiramente as macas utilizadas para o transporte dos pacientes nas ambulâncias ficam retidas nos hospitais da Rede PEBA, que não dispõe de leitos. A superlotação também dificulta o encaminhamento dos pacientes socorridos. A equipe não encontra vagas nos hospitais e muitas vezes a UPA de Juazeiro acaba recebendo pacientes fora de seu perfil clínico, mas que precisa de atendimento urgente.

Soluções

A Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Saúde (Sesau), vem fazendo investimentos e tomando medidas para minimizar os reflexos negativos da Rede PEBA e prestar um atendimento de qualidade a sua população.

No mês de dezembro de 2022, a prefeitura conseguiu a aprovação no Conselho de Saúde do município da proposta do repasse da administração da Maternidade de Juazeiro para a responsabilidade do Governo da Bahia, devido à incompatibilidade dos recursos que são destinados à unidade de saúde – a qual atende, além de Juazeiro, mais 52 municípios.

Dificuldades

Costa também apresentou as dificuldades enfrentadas pela maternidade e a necessidade de sua gestão ser repassada ao Governo da Bahia, durante reunião sobre a assistência materno-infantil da PEBA, realizada no último dia 8 de fevereiro. Participaram do encontro a secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti; o secretário de Saúde de Petrolina, João Luiz Nogueira Barreto, a  gerente da Regional de Saúde (VIII Geres), Aline Gerônimo; a diretoria geral do Hospital Dom Malan (HDM), Ana Carolina Lemos, entre outros agentes da rede. Os representantes da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) participaram online.

Problemas na Rede PEBA continuam prejudicando saúde pública de Juazeiro

  1. Marcos Macedo disse:

    O povo que julgue seus governantes.

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