Um fato ocorrido no Hospital de Urgências e Traumas (HUT) revoltou a professora Horlânia Souza Santos. Ela contou ao Blog que foi preciso acionar um vereador de Petrolina para conseguir leito para seu pai, depois de descobrir que a unidade tinha leitos desocupados, e mesmo assim ela foi informada de que não havia.
Horlânia também tece críticas a certos funcionários do HUT, que se mostram, segundo ela, “grosseiros e frios” quando são questionados. Confiram:
Petrolina, tão conhecida no país por seu desenvolvimento agrícola e sua cultura, às margens do Rio São Francisco, a capital da irrigação fez-me passar uma das minhas maiores decepções: dei entrada com meu pai no Hospital de Traumas para uma consulta de rotina, já que ele atualmente é portador de arritmia cardíaca e também ascite.
Fomos encaminhados para a sala de cirurgia para retirada de 4 litros de líquido que incomodava a respiração do mesmo. Até aí tudo parecia normal. Após a retirada fomos encaminhados para os corredores, e fiquei à espera de um leito descente, que é o mínimo que todo cidadão tem direito. A constituição nos garante esse direito, sou professora do município e psicopedagoga.
Como toda cidadã quero ser bem tratada nos lugares dito “públicos”. Infelizmente existem pessoas que ainda acham que por vestirem um jaleco são melhores que as pessoas que necessitam de sua ajuda (não todos, pois encontrei excelentes e humanos médicos ali). Bem, voltando a minha história, aguardando um leito para meu pai, às 17h30 fui informada que meu pai e outro paciente seriam transferidos para a enfermararia B, do 1º andar. Após a troca de turno ele iria subir .Mas para a minha surpresa o enfermeiro chefe Edson, da ala vermelha, ao ligar pedindo a liberação recebeu e notícia: não tem (não sei se Fabiana era a enfermeira chefe). A vaga de meu pai havia sumido.
Como não sou de me conformar com respostas incompletas, fui ao primeiro andar, e estavam lá três leitos vazios. Tentei perguntar a alguém o porquê, mas ninguém respondeu. Sou apenas mais uma cidadã comum apelando por um leito. Pensamento errado, sou uma pessoa que luta por seus direitos e quer ser tratada com dignidade. Todo funcionário público que conhece o seu estatuto sabe que estão lá pra servir a população.
Bom, como ninguém quis ouvir, tive que recorrer ao velho ‘jeitinho brasileiro’. Não gosto e não concordo, mas jamais iria deixar meu pai naquela situação. Liguei para um amigo assessor de um dos nossos vereadores (não citarei nomes por ética).
Ele, muito gentil, subiu e verificou, viu lá vazio o leito que deveria ser de meu pai, segundo a responsável pela liberação à espera de um paciente que não havia aparecido desde três horas da tarde. Ou seja, tinha uma reserva, enquanto meu pai cardíaco e impossibilitado de andar estava lá no corredor. Não quero julgar, mas se a enfermeira-chefe da noite tivesse olhando em meu rosto e me dado uma boa explicação ,eu talvez tivesse ficado quieta. Mas nem olhou para mim. Só disse ‘lá só tem uma vaga’, de forma grosseira e fria.
Após visita do vereador, apareceu a vaga, fomos transferidos para o mesmo quarto, e ainda que ele não consiga vencer a doença, fico feliz em ter conseguido um lugar para ele dormir em paz.
E deixo aqui minha dica: sempre que tiver com um familiar ou alguém doente, verifique se a falta de leito lá nas enfermarias é real, suba e veja se tem cama vazia; se tiver, queira saber o porquê. Se todos fizessem assim, nossos velhos e filhos não teriam que dormir em corredores, tendo leitos vazios. E ao pessoal da saúde, digo: somos iguais e não precisam ser frios só porque usam jaleco. A maior qualidade do ser humano é ter empatia pelos outros. Se todos assim o fizessem, com certeza os pacientes teriam a cura com mais rapidez. Precisamos de gente trabalhando com gente, e não de meros robôs cheios de informações.
Horlânia Souza Santos/Professora
Parabéns colega, também tenho ouvido falar absurdos desse hospital, como por exemplo uma vizinha precisou de um exame urgente, do coração não pode realizá-lo por falta de material. Fico revoltada com a situação da saúde de petrolina que não atende os nossos direitos de cidadãos, será que nossos políticos não possuem sentimentos.
Que bom Hortânia que vc teve a iniciativa de subir e ver leitos sem paciente, infelizmente teve que correr o jeitinho brasileiro, coisa que não deveria acontecer, mas vejo isso todos os dias fico indignada. O Hospital é para alguns como vc que tem conhecimento e padrinho.
Realmente, o atendimento de lá é uma porcaria. Os funcionários atendem com muita má-vontade. Muitos e muitas alí mereciam uma bela bifa na cara pra deixarem de ser tão prepotentes.
Porém, só porque o leito estava vazio não significa que ele não seria ocupado. Entendo o lado da leitora e tudo mais, só que ela fez algo bem típico brasileiro: quis resolver só o dela e que se dane o resto. E se o caso do paciente que ainda não havia ocupado o leito fosse mais grave? E se ele chegasse posteriormente?
É típico do povo que odeia corrupção, mas sempre se dispõe a dar um jeitinho pra evitar ser multado no trânsito, por exemplo.
Snoop, quem tem que se responsabilizar pela qualidade dos serviços prestados e pelas vagas nos leitos não é o cidadão e sim os governantes, o que a psicopedagoga fez foi correto, cuidou do seu, não seja hipócrita pois vc faria o mesmo, ela acertou quando publicou no blog para que seu apelo chegue aos ouvidos dos que realmente devem fazer algo por essa situação!
Obrigada caro colega, qualquer um que tenha senso de justiça e deseje o melhor pra qualquer cidadão faria o mesmo!
Alguém esclareça: O HUT é da UNIVASF ou não?
Leitos até que tem,o que não tem são médicos para atender os pacientes,não adianta encher o HUT de alunos de medicina, para os pacientes servirem de cobaias,
Devido à falta de médicos, devido à arrogância e ganância de alguns, talvez o governo desta vez acerte trazendo médicos de Cuba.