A professora Teresa Leonel enviou um e-mail a este Blog rebatendo as declarações de Cleiton Barbosa, diretor de uma escola de cursos profissionalizantes que estaria divulgando seu trabalho em instituições públicas e fazendo promoções de ingressos para os estudantes que primeiro se inscrevessem em seus cursos.

No e-mail, Teresa deixa claro que as declarações de Cleiton não batem com as informações repassadas pelos próprios adolescentes. Ela diz que, em sala de aula, o diretor teria divulgado a promoção de que as primeiras 20 inscrições ganhariam um ingresso da festa “Se for beber me chame”.

Em nenhum momento, os ingressos seriam direcionados a um sorteio com os pais, segundo a professora. Por último, Teresa critica a unidade de ensino por permitir que essas promoções sejam feitas em salas de aula e questiona o método de divulgação utilizado pela escola particular.

Confiram:

“A informação repassada por alguns alunos da 8ª série (9º ano) do Ensino Fundamental II e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio da Escola Padre Luiz Cassiano, no Loteamento Recife, é totalmente diferente da resposta que o senhor Cleiton Barbosa, diretor de um centro de cursos profissionalizantes, diz a este blog.

De acordo com os alunos, houve sim uma divulgação do curso profissionalizante com a promoção, vamos chamar assim de ‘casadinha’, associando a inscrição do curso a um ingresso para festa ‘Se for beber me chame’. A divulgação foi feita em sala de aula e o texto verbalizado pelo promotor do evento foi direto: ‘as primeiras 20 inscrições no curso profissionalizante ganham um ingresso para festa’. Em nenhum momento foi dito que o sorteio seria para os pais. E ainda que fosse, penso que a escola/sala de aula não é o local indicado para esse tipo de divulgação.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que as séries citadas acima estão dentro da faixa etária de 15 a 18 anos, portanto, adolescentes/jovens. Ao promover um curso para esse tipo de público associando a uma festa cujo tema é ‘Se for beber me chame’, configura-se ou não uma apologia ao álcool? O que dizem o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar e o Ministério Público?

Caso uma promoção como essa fosse feita em universidades onde o público, em geral, passa dos 18 anos seria outro tipo de conotação.

É necessário pensar, portanto, que promoções que envolvem a área educacional, sobretudo quando o público a ser atingindo são adolescentes e jovens que estão em processo de formação de conceitos, princípios e escolhas devem ser pautadas (sempre) num perfil pedagógico, ainda que tenham um propósito de entretenimento.

Assim sendo, não apenas o diretor desse curso profissionalizante está equivocado quanto ao método de divulgação das suas atividades, como a escola (esta ou outra), que permitiu que promoções como esta fossem apresentadas em salas de aula para um público de adolescentes e jovens.”

Teresa Leonel/ Jornalista, socióloga e professora de Comunicação