Professora usa rede social para manifestar-se contra o racismo: “Aprenda a amar o próximo”

por Carlos Britto // 25 de março de 2014 às 20:31

1383748_655412601146496_2076072328_nDiante dos casos de racismo divulgados recentemente pela mídia nacional, a professora de Petrolina Mary Ann saraiva, usou o Facebook e seus conhecimentos de biologia para mostrar a igualdade entre as pessoas e dizer não ao racismo. A educadora chama atenção para a igualdade fisiológica entre os seres humanos e garante que racismo é resultado da falta de amor, de conhecimento e de caráter.

Acompanhem:

O face é um espaço para fotos, festas… Mas, senti a necessidade, como educadora, de abordar um momento de nosso país. Nas últimas semanas atos de racismo têm me feito refletir, que essas ações desumanas são frutos de falta de amor ao próximo, de conhecimento, de caráter.

Para os que insistem em pensar que negros são uma raça inferior, partilho alguns conhecimentos/reflexões: 1) Negros e brancos têm absolutamente a mesma fisiologia em seus órgãos. Muitos negros salvam a vida de brancos com seu sangue, com seus órgãos, e vice-versa.

Somos a mesma espécie. 2) A diferença de cor de pele é só uma questão de uns genes a mais (no caso, negros têm maior produção de melanina). Brancos e negros têm a mesma quantidade de células produtoras de melanina em sua pele (os melanócitos).

Apenas, em negros e mulatos, etc, o DNA possui regiões ativadas na síntese de mais melanina. 3) O estudo do DNA humano não deixa dúvidas: o berço genético de todos nós é a Mãe África. Apenas, as diversas cores que temos na pele da espécie humana é fruto da variabilidade genética.

4) Os negros que chegaram ao Brasil como escravos não nasceram escravos. Eram homens livres que foram capturados por força militar e escravizados. Isso é uma mancha na História de nossa Colonização. Que você, criança, jovem, adulto, idoso… branco ou negro, de todas as cores múltiplas… aprenda a amar o próximo. Isso é muito simples. Vamos dizer não ao racismo. Isso nos envergonha...

Professora usa rede social para manifestar-se contra o racismo: “Aprenda a amar o próximo”

  1. joao vitor disse:

    Excelente texto! caros leitores, uma sugestão vejam o filme: 12 anos de escravidão. Esse filme retrata de forma direta, chocante e cruel esse período macabro que assombrou a nossa historia! Acho que vendo as cenas de tortura, humilhação constante, violencia. Talvez alguem se sensibilize e se coloque no lugar do outro!

  2. Marivaldo disse:

    O Racista geralmente é uma pessoa egoísta, arrogante e mesquinha. Mesmo quando é uma pessoa desenvolvida intelectualmente, não evoluiu moralmente e espiritualmente.
    Sobre o corpo humano, essa pessoa racista ignora ou até tem frustração que algum antepassado foi negro ou índio. Eu, por exemplo, que não tenho esse pecado, sou branco (galego), mas sou filho de pai branco, mãe morena, avós brancos e morenos (um bisavô que era seringueiro e uma bisavó nativa da amazônia).

  3. Anônimo disse:

    Meus parabéns à professora. Se faz necessário que mais pessoas despontem com esta consciência!!! O fato é que colocar o africano e o negro como “inferior” também são reflexos de uma estratégia puramente egocêntrica herdada das ideologias que se fizeram presentes no Brasil desde o período da colonização. Hoje, inferiorizar a pessoa negra ainda é uma prática largamente executada em nossa sociedade, mesmo diante de toda a atuação do Movimento Negro no Brasil e de toda a atual movimentação para a conscientização e para a construção de uma tão sonhada igualdade racial em nossa sociedade.
    Realmente, é estarrecedor o fato de que os agentes dessa diferenciação dos indivíduos não se atentam para a semelhança entre eles e os seus iguais, os negros, que, biologicamente, estão em conformidade com os demais da sua espécie HUMANA, como foi muito bem explanado pela professora Mary ann.
    Essa ação de inferiorizar o negro – que além de tudo é histórica e vêm se apresentando de diversas formas – acaba por colocá-lo perifericamente aos campos da economia, da história, da política, da geografia e da arte, que até certo sentido, foram “orquestrados do ponto de vista dos interesses europeus” (NASCIMENTO, 2009) como forma de se legitimar a superioridade destes em relação ao negro.
    É preciso gritar para esse povo (os racistas atuais) que “[…] a origem da raça humana ocorreu no continente africano, como tem sido demonstrado por várias pesquisas nos últimos anos […], a biologia mostra que o DNA mitocondrial de todos os seres humanos tem origem numa mulher que viveu duzentos mil anos atrás na África oriental” (Ibidem). Assim, sou adepto dos autores que trabalham com o conceito de raça como construção social e histórica, isto é, raça é um termo que, na maioria das vezes, alude a uma irrealidade que só existe na cabeça dos racistas, dos preconceituosos e daqueles que ainda insistem numa relutante e malograda diferenciação dos indivíduos.
    Na tentativa de autoafirmação, o indivíduo encontra e enumera as diferenças que, a seu modo, vai percebendo no outro. Mas, na maioria das vezes, essa autoafirmação assume um sentido de defesa e, apoiado por outros motivos, passa a agredir e ferir os direitos do próximo, resultando em formas de preconceito, de racismo e de bullying entre outros.
    Em nossa sociedade, o racismo – bem como muitas outras práticas repugnantes – se mantém e reproduzem-se através das ações desses indivíduos, dessa forma, ninguém nasce racista, mas aprende a sê-lo observando as práticas executadas no meio em que está inserido. Nesse sentido, se quisermos que fique bem claro de que não há fundamento para essa tola diferenciação dos indivíduos na espécie humana, é preciso cuidar para que essas práticas sejam coibidas, para que nossas crianças, não cresçam eivadas de intolerância e de uma busca pelo arianismo. É preciso libertar essas mentes e libertar também a mente de muitos negros que se deixam levar pelo próprio preconceito que os cala e os imobiliza!!!!

    Termino colocando que SOU NEGRO, identifico-me com o meu corpo, a minha cor e a valorização estética que há em mim. E enquanto negro e estudante de Ciências Sociais, buscarei dar a minha contribuição para uma sociedade em que reine a igualdade racial e sobretudo o amor ao próximo.

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