O clima azedou na última sessão plenária do ano na Câmara Municipal de Petrolina. O estopim foi um dos cinco projetos de lei enviado pelo Executivo (todos aprovados, inclusive), referente ao programa habitacional voltado a moradores de baixa renda no Distrito de Rajada, zona rural do município.
Quem puxou a discussão foi o vereador oposicionista Ronaldo Silva (PSDB), o qual alegou que o projeto (033/23) tem “cunho politiqueiro”, porque a área de 30 hectares, alusiva ao projeto, já está 50% ocupada, cujos terrenos foram dados por lideranças locais em troca de votos. Ronaldo ameaçou acionar o MPPE, após a aprovação da matéria.
Integrante da base aliada e natural de Rajada, Manoel da Acosap reconheceu como única afirmação do colega de Legislativo a venda de terrenos nessa área, praticada na gestão do ex-prefeito Julio Lossio. O governista chegou a insinuar que Elismar Gonçalves, o qual fazia parte da bancada governista à época, tinha conhecimento de tal prática.
Manoel revelou que desde 2013 estuda o assunto e assegurou que, em 2002, o então prefeito Fernando Bezerra Coelho, por meio de decreto, desapropriou a área para fins de implantação de um núcleo habitacional. Ele assegurou que o município pagou à vista, porém não enviou projeto de lei à Casa Plínio Amorim consumando a doação da área – o que é obrigatório por lei. Segundo Manoel, 21 anos se passaram e somente agora Simão mandou o projeto à Câmara. “O prefeito está cumprindo a lei”, declarou. Ele ainda chegou a provocar Ronaldo, afirmando que espera que o colega acione o MPPE, porque só assim irá cobrar também a venda ilegal de terrenos à época de Lossio (do qual o oposicionista era aliado).
Desabafo
Sentindo-se desconfortável por ter sido citado por Manoel, o vereador Elismar deu uma resposta à altura. Ele disse que não pretendia discutir a matéria, mas se viu na obrigação após a fala “infeliz” do colega. “No primeiro mandato, fui aliado (de Lossio), mas nunca fiz parte de doação de terrenos. E a forma como foi colocada é como se eu tivesse conhecimento, compactuando com esse tipo de atitude. Quero dizer ao vereador que não tenho patrimônio construído com carreira política. Meu patrimônio hoje é de herança de família”, desabafou.
Elismar disse ainda que se Lossio ou o secretário responsável por essa área, Marcelo Cavalcanti, cometeram alguma suposta irregularidade, Manoel deve acioná-los junto ao MPPE, até para não cometer peculato. “Não sou eu quem vou responder por eles”, afirmou. Ele disse ainda que, enquanto líder do Governo Lossio na época, chegou a sugerir ao prefeito um choque de gestão. “Nas minhas posições políticas, sempre procurei ser coerente, e não tenho caminhada política de cabresto, pra ter de atender um grupo ou outro”, completou. Sobre o teor do projeto de Simão, embora o considere importante, o vereador decidiu se abster. O projeto acabou aprovado por 17 votos na primeira votação e por 20 na segunda, com a abstenção de Elismar.
Mal-estar! Isto aí é um verdadeiro teatro,como é que os caras discutem uma coisa quase vão as tapas depois todos votam a favor,verdadeiros artistas.
Os podres dos podres poderes aparecendo, todos os culpados culpando uns aos outros. E as neessidades do povo continua.