O Rio Salitre, afluente baiano do São Francisco, passa por sérios problemas e necessita de revitalização urgentemente. Para mudar esse cenário, entrou em ação o Projeto Hidroambiental da Bacia do Rio Salitre, promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em Morro do Chapéu, norte da Bahia, representando um avanço rumo a dias melhores.
José Venícius Rosa de Jesus, geógrafo e encarregado de obras da empresa Localmaq, responsável pela execução do Projeto, concorda. “Por conta das barraginhas, passou a surgir água em uma nascente que estava seca há 30 anos. Estamos no semiárido e a água aqui é preciosa. Os terraços e as barraginhas são bem interessantes para essa região de relevo cárstico, porque você tem um abastecimento muito rápido do lençol freático. Então, essas águas que iriam escoar, passam a infiltrar”, explica.
Venícius, como gosta de ser chamado, destaca outro ponto forte do Projeto: o sentimento de pertencimento e a vontade de cuidar do rio foram estimulados, mobilizando comunidades e envolvendo diferentes gerações. “Investimos em educação ambiental e em ações para enfrentar o quadro de escassez hídrica, para que o Salitre possa se recuperar com o apoio de quem vive na região”, conclui.
Resultados
Entre os resultados, estão a conservação e recuperação de 190 hectares de áreas degradadas; 1.916 metros de nascentes protegidas; 111.000 metros de estradas rurais com adequações e 848 bacias de contenção de água pluviais, conhecidas como ‘barraginhas’. Mais de 1.200 pessoas foram beneficiadas pela ação.
A bacia hidrográfica do Rio Salitre, cujas primeiras nascentes encontram-se no município de Morro do Chapéu, é uma sub-bacia hidrográfica do Rio São Francisco, situada no centro-norte do estado da Bahia, com uma área de 13.467,93 quilômetros quadrados (km²) e perímetro de 640 km. Nove municípios compõem a bacia, onde vivem 97 mil habitantes.
Na região de Juazeiro, o rio percorre o Projeto Salitre, que conta atualmente com 255 lotes agrícolas destinados a pequenos produtores rurais e 68 empresariais em uma área de 5.098 hectares – onde 1,5 mil hectares correspondem à área irrigada cultivada. Na cidade, o rio se torna perene por causa da instalação de adutoras, auxiliando quem tira dele a sua subsistência.
E a sede do Comitê da Bacia Hidrográfica continua em Maceió mesmo essa cidade não pertencendo ao Vale do Rio São Francisco? A capital alagoana pertence à Bacia do Rio Mundaú. Pode Arnaldo? Pode não, Galvão, a lei é clara!