Com o intuito de preservar a fauna da região de Curaçá e Juazeiro, no norte da Bahia, o Projeto ‘Ararinha na Natureza’ realizou o primeiro levantamento para investigar a ocorrência de mamíferos e aves terrestres de médio e grande porte, especialmente de espécies ameaçadas de extinção, nas áreas originais de ocorrência da ararinha-azul. Depois de três meses de trabalho de campo (de novembro a dezembro de 2017) e de um mês de análise de fotos (janeiro de 2018), os resultados parciais do levantamento foram divulgados.
Através de ‘armadilhas’ fotográficas (câmeras com sensor de movimento que disparam automaticamente), foram feitas um total de 21.631 fotos, das quais 4.182 representaram registros fotográficos de animais silvestres e domésticos (cabras, ovelhas, vacas, jumentos, cachorros, cavalos e gato), além de pessoas. Treze espécies de mamíferos e três de aves terrestres foram registradas, entre elas estão cinco espécies ameaçadas de extinção e uma quase ameaçada. O gato-pintado-do-nordeste, gato-mourisco, jacucaca e mocó foram algumas das espécies.
“Esses registros reforçam a importância biológica da área de ocorrência histórica da ararinha-azul, entre os municípios de Curaçá e Juazeiro, Bahia, como uma região importante para a manutenção da fauna da Caatinga, uma vez que a mesma abriga espécies ameaçadas e importantes para a saúde dos ecossistemas do semiárido brasileiro, mesmo com a degradação histórica e os eventos de seca prolongada“, dizem os responsáveis pelo levantamento. “Dessa forma, a ararinha-azul, mesmo extinta na natureza, serve como espécie de ‘guarda-chuva’ para muitas outras, ou seja, os esforços para garantir seu retorno para a caatinga acaba beneficiando a conservação de várias outras espécies que ocorrem na mesma área“, reforçam.
Equipe
Esse trabalho foi realizado pela equipe formada pelo biólogo Paulo Henrique Marinho , da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – o auxiliar de campo local Rogério Santos, contando, muitas vezes, com a ajuda dos estagiários do Projeto Ararinha na Natureza, além das bolsistas do projeto, Cristine Prates e Sueli Damasceno, e da coordenadora Camile Lugarini. O trabalho de triagem das fotos em laboratório foi auxiliado por alunos de Ecologia e Ciências Biológicas da UFRN. Para conferir outras fotos e detalhes do levantamento, basta acessar aqui. (foto/divulgação)