Um protesto provocou um engarrafamento de 20 quilômetros na BR-232, na última terça-feira (1º). A manifestação ocorreu no município de Salgueiro, onde está sendo construída parte da Ferrovia Transnordestina. Os trabalhadores reclamam que não recebem pelos serviços e pelo aluguel das máquinas há quatro meses.
“Tem muita gente prejudicada aqui, eu mesmo comprei caçambas e caminhões e tenho que pagar, os bancos cobram juros”, reclama o caminhoneiro Gerôncio Figueiredo. O empresário João Paulo Vieira faz coro às queixas. “Eu pago hotel, motorista e não estou recebendo nada, só pagando”, afirma.
O diretor da empresa responsável pela obra, Marcos Freitas, disse que as expectativas do montante de trabalho não se confirmaram. “Você tem uma expectativa de trabalho de 80 caminhões, por exemplo, um montante de volume de caminhões e máquinas, mas isso não se concretizou”, afirmou.
A construção da Ferrovia Transnordestina pelo Governo Federal tem um custo estimado em R$ 5,4 bilhões. A via de cerca de 1.800 quilômetros interliga setes estados do Nordestes aos principais portos da região. O trabalho deve ser concluído até o ano que vem, mas no trecho que vai de Salgueiro a Suape, as obras estão paradas.
O bloqueio foi uma forma de chamar atenção. Mas quem ficou preso no engarrafamento reclamou. “A gente precisa entregar as mercadorias na cidade e não pode, porque a firma não repassa o dinheiro para eles”, observa o caminhoneiro Luciano Barbosa. “Tenho que chegar ao Recife o mais breve possível, mas infelizmente a gente tem que pagar por isso”, disse o comerciante Abdias Melo.