Uma manifestação de estudantes e professores de universidades estaduais e federais instaladas nas cidades do
Recôncavo baiano jogou um pouco de água no chope da festa de inauguração do Quarteirão Cultural Leite Alves, na cidade histórica de Cachoeira na tarde de segunda-feira, 25, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu colega do Senegal Abdulaye Wade, o governador Jaques Wagner e vários ministros.
À noite, Wade, que permaneceu em silêncio no evento em Cachoeira, foi, ao lado de Lula, a um show no Teatro Castro Alves de lançamento do 3º Festival Mundial de Artes Negras, que será em dezembro em Dacar, capital do Senegal. Antes, os presidentes se encontraram reservadamente para discutir questões comerciais.
Pela manhã, em Cachoeira, o que era para ser uma programação festiva para marcar o Dia Internacional da África acabou gerando momentos de irritação entre autoridades. Cerca de 100 pessoas promoveram um apitaço na área onde foi armado o palanque das autoridades e abriram várias faixas de protesto, reclamando das supostas más condições das universidades.
A manifestação irritou o governador Jaques Wagner, que finalizou seu discurso em meio a vaias, com uma reação verbal: “Presidente Lula, não tome a postura indelicada, agressiva e mal-educada de alguns, pois o povo de Cachoeira é um povo profundamente hospitaleiro e sabe aplaudir a quem gosta e se calar perante a quem não gosta”.
As vaias aumentaram, mas foram abafadas pelos aplausos dos admiradores de Wagner que predominavam na praça e por sua vez já haviam vaiado o ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) e o senador César Borges (PR) quando o apresentador da festa os chamou para que subissem ao palanque. As faixas de protestos pediam: “Construir residência já”, “Biblioteca digna”, “Estudante autodidata não dá. Precisamos de professor”.
Lula conseguiu contornar as críticas com seu estilo insuperável em palanques. Aproveitou o fato de um dos imóveis restaurados ter sido reservado para instalar o primeiro campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para repetir que nenhum outro governo do Brasil fez tanto pela educação.
“Pesquise e veja se existiu um governo que fez 50% do que eu fiz”, bradou, causando delírio na plateia. Lembrou estar levando “a universidade para o interior, para evitar que a população mais pobre viva pesquisando de cidade a cidade atrás de uma vaga – a partir de agora, o povo de Cachoeira que quiser estudar, é só atravessar a rua, se matricular e poderá virar doutor”.
É GOVERNADOR A COISA TA FEIA………………………………