PSDB de olho nos passos de Eduardo

por Carlos Britto // 04 de novembro de 2012 às 20:39

Não é só o PT que pretende “monitorar” os passos do governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. O PSDB também está atento à movimentação do socialista, que se apresenta como um quadro presidenciável para as próximas disputas. E o pedido de atenção ao governador pernambucano partiu do PSDB local por tucanos que fazem o alerta em reserva, mas pretendem em breve abrir o debate com o presidente nacional da legenda, deputado federal Sérgio Guerra.

Na avaliação do grupo, é evidente que Eduardo é uma “liderança em ascensão”. E se conseguir se consolidar como uma “alternativa” ao PT, o PSDB pode perder o protagonismo da disputa nacional com o fim da polarização entre as duas legendas, que se sustenta em cinco eleições presidenciais.

As chances de o socialista crescer como opção ao petismo, na avaliação dos tucanos, residem na possibilidade de a crise econômica bater às portas do governo da presidente Dilma e criar dificuldades a sua reeleição. Por isso, defendem que o senador Aécio Neves (MG) – a bola da vez do PSDB para o Palácio do Planalto – se “quiser realmente ser candidato a presidente, tem de meter a cara na rua e começar imediatamente a fazer o contraponto a Dilma”.

“Se Eduardo decidir enfrentar o PT na disputa para a Presidência, ele se consolida na posição de alternativa ao partido e Aécio perde a chance de ser candidato”, ponderou um dirigente do PSDB. No entendimento deste tucano, o senador mineiro tem inclusive mais liberdade e condições de assumir imediatamente a função de porta-voz do contraponto ao PT, já que o governador Eduardo Campos, apesar das pretensões políticas que não se coadunam com as dos petistas, mantém o discurso de aliado e de integrante da base do governo Dilma.

De fato o governador de Pernambuco tem ostentado um discurso partidário. Mas também vem assumindo bandeiras nacionais, como a de defesa de um novo Pacto Federativo, que podem resultar em desgaste para o governo da presidente Dilma Rousseff, já que abre o debate em torno das renúncias fiscais que geraram redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O alerta contra o discurso do governador foi feito recentemente pelo presidente do PT estadual, deputado Pedro Eugênio. O petista reprovou a iniciativa de Eduardo por considerá-la inapropriada ao momento em que o País ainda sofre com a ameaça de uma crise. “O PT entendeu que o governador Eduardo Campos é um adversário na base aliada”, arrematou um tucano. As informações são do Jornal do Commercio. (Foto/reprodução)

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