PT minimiza críticas a ministro da Fazenda e ‘alivia a barra’ do presidente da Câmara

por Carlos Britto // 30 de outubro de 2015 às 08:40

eduardo cunhaO PT aprovou nesta quinta-feira (29) uma resolução em que, apesar das críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff, baixou o tom em relação ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Embora siga a orientação do ex-presidente Lula de poupar Eduardo Cunha (PMDB-RJ/foto), a sigla manteve no texto final do documento a avaliação de que o presidente da Câmara e a ala conservadora da Casa “flertam com o impeachment presidencial”.

A análise dos principais dirigentes do partido que estiveram no encontro desta quinta é de que houve um recuo no tom adotado, tanto por Lula, quanto pelo presidente do partido, Rui Falcão, que fizeram discursos “brandos” e “leves”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo no último dia 18, Falcão foi tachativo ao afirmar que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deveria deixar o cargo caso não estivesse disposto a mudar os rumos da economia. Os dirigentes acreditavam que esse discurso, considerado “mais agressivo”, ditaria o tom da resolução aprovada esta tarde.

Os líderes petistas também notaram mudanças na manifestação de Lula, que sempre foi um dos maiores críticos de Levy, chegou a sugerir a troca dele à Dilma e afirmou que ele tinha prazo de validade. Recebeu da presidente a resposta de que não estava na hora de criar um novo “celeuma” e seria melhor aguardar a troca. Nesta quinta, o ex-presidente foi mais brando, pediu paciência e afirmou que não adianta trocar o ministro da Fazenda para fazer a economia melhorar.

Eduardo Cunha

A mesma avaliação ocorreu em relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Alguns dirigentes consideraram o resultado da reunião “leve”.

Poupar Cunha é uma das prioridades de Lula. A estratégia faz parte de um acordo para proteger a presidente Dilma Rousseff, alvo de processos de impeachment na Câmara dos Deputados, que dependem, num primeiro momento, de uma decisão monocrática do presidente da Câmara, a quem cabe deferir ou indeferir o pedido.

Cunha é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e também suspeito de esconder contas na Suíça em seu nome e de sua esposa. Já existe um processo que sugere a perda do mandato do deputado em andamento na Câmara, protocolado pelo PSOL e pela Rede. Para Rui Falcão, no momento certo, o partido vai se posicionar. (fonte: FolhaPress/JC Online/foto reprodução)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários