Raquel Lyra precisa evitar chavão da ‘herança maldita’ e começar a agir

por Antonio Carlos Miranda // 11 de abril de 2023 às 11:40

Foto: Hesíodo Góes/Secom-PE

Os 100 dias de Raquel Lyra (PSDB) à frente do Governo de Pernambuco foram marcados, além do tradicional balanço das ações, por críticas de lado a lado. Contestada por não ter mostrado ainda a marca de sua gestão, a governadora foi incisiva ao divulgar um relatório contendo um diagnóstico de como encontrou o Estado, no dia 1º de janeiro último.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que comandou Pernambuco nos últimos 16 anos, partiu para o contra-ataque. Coincidentemente, no mesmo dia em que Raquel fez o balanço dos 100 dias, a gestão passada apresentou um relatório fiscal, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), derrubando o argumento de “Estado quebrado” – conforme alardeia a atual governadora.

Mesmo que Raquel tenha suas razões, ela precisa mudar urgentemente o foco do seu discurso. Jarbas Vasconcelos (MDB), quando assumiu pelo Estado pela primeira vez, em 1998, perdeu praticamente metade do seu primeiro mandato criticado a gestão do seu antecessor, Miguel Arraes (PSB). Quando se deu conta de que precisaria governar, começou a tirar obras do papel, sendo reeleito em 2002.

O próprio Eduardo Campos (PSB), de quem Raquel foi aliada e secretária na sua equipe, sempre dizia que o político é eleito para resolver problemas, e não criticar quem não os resolveu. Raquel foi eleita com o discurso de mudar Pernambuco. Claro que sua gestão está apenas no começo, mas ela precisa evitar cair no velho chavão da ‘herança maldita’ e partir definitivamente para as ações que prometeu. Caso contrário, pode colocar seu mandato em risco para um eventual projeto de reeleição em 2026.

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