Em busca de notícias sobre a rebelião no Conjunto Penal de Juazeiro, iniciada na madrugada de ontem (19), centenas de familiares e amigos dos detentos se mantiveram na frente do local durante o dia todo. A fumaça negra que saia de dentro da unidade e a aglomeração de pessoas , policiais e da imprensa foram as únicas imagens da rebelião.
Tudo era motivo para apreensão: um barulho que vinha de dentro do presídio, uma viatura da policia que reforçava a segurança e até ambulâncias do Samu – duas delas chegaram no fim da tarde e saíram poucos minutos depois de portas abertas para mostrar a todos que estavam sem nenhum paciente.
O juiz da Vara Crime de Juazeiro, Roberto Paranhos, chegou no meio da tarde, acompanhado de um representante do Ministério Público, e saiu poucas horas depois sem conseguir negociar com os presos rebelados.
Informações oficiais
O sol já tinha se posto quando finalmente o diretor do presídio, Manoel Tadeu Menezes, saiu para dar informações aos familiares. Ele estava acompanhado do tenente-coronel Lira, da Polícia Militar e do representante da Secretaria de Segurança da Bahia, identificado apenas como Major Júlio. Eles informaram que estavam o tempo todo tentando negociar com os detentos, mas sequer sabiam o motivo da rebelião nem quais eram as exigências. Porém alertaram que usariam a força, se necessário, para evitar que internos fossem feridos pelos rebelados .
Em entrevista à imprensa, o diretor do Conjunto Penal, Manoel Tadeu, forneceu as primeiras notícias oficiais. Ele informou que metade dos detentos se rebelaram, quebraram as celas, queimaram colchões e fizeram oito reféns. Só o raio B da unidade, segundo ele, foi tomado pelos detentos e que um grupo de especialistas em administrar crises, da Secretaria de Segurança Pública, está comandando as tentativas de negociação. Tadeu confirmou que a polícia efetuou disparos pela manhã, mas não sabe informar se algum preso foi ferido.
As informações foram confirmadas pelos integrantes da Comissão de Direito Humanos da Câmara Municipal de Juazeiro, que passaram o dia no presídio. Alex Tanuri (PSDB) foi o primeiro diretor do Conjunto Penal e o único dos três vereadores a conversar com os rebelados. Segundo ele, os detentos queriam negociar com o juiz da Vara Crime, mas lamentou que mesmo tendo essa exigência atendida, não houve avanço. Neguinha da Santa Casa (PV) e Bené Marques (PSDB) disseram que o trabalho deles se limitou a acompanhar as tentativas de negociações e levar informações aos familiares aflitos.
Superlotação
O Conjunto Penal de Juazeiro vive os mesmos problemas da maioria das penitenciárias brasileiras. Tem capacidade para 300 presos, e mais 48 vagas na ala feminina, mas hoje 649 detentos ocupam o presídio. Quase o dobro da capacidade. (De Rinaldo Lima/para o Blog)
tem como manda para meu email a lista dos detentos qui foram transferidos.
valeu!!!
ass: jair evangelista