Após 17 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada aos atendimentos de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19), Luciano Rodrigues venceu a batalha pela vida. Com um problema cardíaco antigo, o paciente sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e, com muito empenho da equipe, que não desistiu em nenhum momento, ele retornou à sua família, emocionado. “Não vamos falar de sofrimento não. Vamos falar do atendimento e cuidado que tiveram comigo”, ressaltou Luciano, tranquilamente, na cadeira de balanço de sua casa, junto de seus familiares.
O paciente foi atendido no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), vinculado à rede administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A estatal já destinou mais de R$ 5 milhões para a atuação da unidade hospitalar no combate à Covid-19, sendo R$ 3,9 milhões para aquisições de equipamentos de infraestrutura e materiais médicos – além da contratação de 189 profissionais de saúde temporários, que impactaram a folha de pagamento, apenas no mês de julho, em mais de R$ 1,2 milhão.
Os recursos e as contratações resultaram na estruturação de 20 leitos de UTI para pacientes com Covid-19, onde já foram atendidas 71 pessoas das 111 já acolhidas pelo hospital em decorrência da doença (a exemplo de Luciano). Os outros 30 pacientes foram atendidos de forma ambulatorial.
Além disso, o HU-Univasf/EBSERH continua realizando assistência aos casos de urgência e emergência de média e alta complexidades em ortopedia, neurocirurgia, entre outras especialidades. De janeiro a maio deste ano, foram 13.687 atendimentos. A UTI Covid apresenta, até agora, uma taxa de ocupação em torno de 60%, o que mostra que a unidade está dentro da normalidade de seus atendimentos e preparada para possíveis contingências.
“O valor expressivo aplicado demonstra o empenho que o HU e a EBSERH vêm dedicando ao combate à Covid-19. Estamos, cada vez mais, reforçando o lugar de destaque que o nosso hospital tem na assistência à saúde da população do Vale do São Francisco”, afirmou o superintendente do HU, Itamar Santos.
Aquisições
A UTI Covid possui equipamentos modernos e adequados para atender às necessidades dos pacientes contaminados com o coronavírus. Até agora, foram investidos mais de R$ 800 mil para adquirir respiradores, monitores multiparamétricos, equipamentos de infraestrutura, entre outros.
Em relação a insumos hospitalares, a unidade precisou aumentar o seu estoque de diversos itens, a exemplo de medicamentos, materiais médicos, além do suprimento de oxigênio. O valor destinado para esses itens é de aproximadamente R$ 3 milhões, desde o início da pandemia. Para a segurança de profissionais e pacientes, também houve um importante acréscimo na aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs). Foram adquiridos, por exemplo, quase 6 mil aventais, mas de 380 mil luvas, e mais de 240 mil máscaras e protetores faciais.
Atuação
Além do apoio ao ensino, formação e à capacitação das equipes assistenciais, a Rede EBSERH implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento da pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a Covid-19, o trabalhado é feito em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.
A Rede também tem atuado na realização de treinamento de funcionários, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas, e promoveu processos seletivos emergenciais com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia. Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela EBSERH de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.
Em algumas regiões, as unidades da Rede EBSERH têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento do Covid-19, enquanto em outras atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Saúde tem que ser 100% pública, gratuita e de qualidade. A prova está aí na reportagem.
Nada de investir na rede privada, todo dinheiro público tem que ir para o serviço público para atender a todos de A a Z sem distinção.