Reitor pró tempore da Univasf contesta presidente da Andifes sobre ‘intervenção’ do MEC

por Carlos Britto // 12 de junho de 2020 às 10:56

Foto: divulgação

Por meio de nota, o reitor pró tempore da Univasf, Professor Paulo César Fagundes Neves, contestou o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Sales. Este afirmou, numa reportagem divulgada pela GloboNews, na última quarta-feira (10), que o Ministério da Educação (MEC) interveio na instituição ao indicar Paulo César para o cargo temporário. Mas segundo o reitor pró tempore, a verdade é outra.

Confiram a íntegra da nota:

Ante a reportagem veiculada na GloboNews na data de 10/06/2020, onde o presidente da Andifes, Sr.João Sales, afirma haver intervenção do Ministério da Educação na Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf com a indicação de um Reitor pro tempore, o qual estaria ocupando o cargo indevidamente, “desagregando” a Univasf, é preciso esclarecer a verdade dos fatos.

A nomeação do Reitor pro tempore se deu em razão de problemas na elaboração da lista tríplice pelo Conselho Universitário – CONUNI, a qual seria enviada ao Ministério da Educação para a escolha e nomeação, pelo Presidente da República, do Reitor e Vice-Reitor da Univasf.

Isso porque, em novembro de 2019, a Comissão Eleitoral designada pelo CONUNI realizou Consulta Informal junto à Comunidade Acadêmica, justamente para a formação dessa lista tríplice.

Contudo, o Conselho desprezou o resultado da eleição junto à comunidade, substituindo as chapas classificadas em segundo e terceiro lugares por nomes de docentes que sequer participaram do processo eleitoral democrático realizado junto a alunos, técnicos e professores.

Além disso, o Conselho Universitário, ao elaborar sua lista tríplice, diferente daquela eleita pela comunidade, permitiu constar o nome de um docente que se encontrava cedido pela Universidade para exercício de cargo em comissão em outro órgão da Administração Federal, nos termos do art. 93, I, da Lei no 8.112/1990, tornando-o inelegível, na visão dos candidatos da Chapa 2.

Com esse entendimento, a Chapa 2, segunda colocada na Consulta Informal, ingressou com ação judicial que culminou com a concessão de liminar, no Agravo de Instrumento no 0802026-97.2019.4.05.8308, em que o Tribunal Regional Federal da Quinta Região – TRF5, na relatoria do Desembargador Federal Cid Marconi, suspendeu a tramitação da lista tríplice tendo por razoável, em análise perfunctória, a ideia de que o docente cedido não poderia ser candidato a reitor.

Somente após essa decisão judicial e a vacância do cargo de Reitor, pelo término do mandato do Professor Julianeli Tolentino de Lima, o MEC nomeou o Professor Paulo César Fagundes Neves como Reitor Pró Tempore da Univasf.

Neste toar, não se pode entender como antidemocrática a atitude do MEC, ao revés, agiu-se nos estritos limites da lei, buscando evitar descontinuidade dos relevantes serviços públicos prestados pela Universidade em educação, assistência estudantil, pesquisa, extensão e, ainda, permitir o regular funcionamento do Hospital Universitário, que atende a 53 municípios e cerca de dois milhões de pessoas, as quais ficariam à mercê da pandemia do novo coronavírus que assola o mundo, gerando risco de milhares de óbitos na região.

Petrolina-PE, 10 de junho de 2020.

Paulo César Fagundes Neves/Reitor Pro Tempore da Univasf

Reitor pró tempore da Univasf contesta presidente da Andifes sobre ‘intervenção’ do MEC

  1. Júlio Ramos disse:

    Quer dizer então, que uma nomeação realizada a mando do senhor deputado Pastor Eurico é mais legítima do que a escolha do Conselho Universitário?
    Quer dizer então, que a extrema necessidade de dar continuidade às ações da Instituição começa com a caça às bruxas, a destruição de tudo que foi construído durante muitos anos e com o suor de muita gente séria???
    Essa intervenção política na Univasf, além de imoral, é covarde, ao tentar ludibriar a sociedade que está fora do ambiente acadêmico.
    Senhor interventor, poupe a comunidade acadêmica de suas mentiras. Suas atitudes não condizem com as suas palavras.

  2. Democracia disse:

    Acho bem feito o que o Bolzo está fazendo na UNIVASF, conheço um servidor da área administrativa, que era Bolzominio doente, o face era recheado de material do ‘MITO’., e fez campanha para a chapa vencedora de reitores, talvez, agora este Sr saiba o real significado da palavra DEMOCRACIA, na própria carne, diz um velho ditado popular: quando não aprende no amor, aprende-se na dor.

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