Na política, ser apadrinhado por uma liderança não significa necessariamente rezar na mesma cartilha do seu ‘tutor’. Foi isso o que aconteceu em Remanso, no Norte da Bahia, onde o prefeito Celso Silva e Souza – mais conhecido na cidade por Dr.Celso (PT) – não pensou duas vezes em processar o ex-prefeito Zé Filho (PSD/foto), que o apoiou na eleição passada.
O motivo foi o desvio de quase R$ 5 milhões, entre os anos de 2009 a 2012, do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS), na gestão de Zé Filho. Esse dinheiro deveria ser destinado, entre outras ações, ao combate do trabalho infantil e à pobreza. Mas o então gestor teria ‘esquecido’ de prestar contas do montante.
Para não ser responsabilizado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), o atual prefeito decidiu relatar, em novembro de 2014, tudo o que encontrou da gestão passada, após o município ter seu nome incluído nos cadastros restritivos do governo estadual. Convocado, o secretário de Igualdade e Assistência Social de Remanso, Pedro Alves da Costa, assinou em termo a denúncia: ““Constatamos a inexistência dos documentos alusivos ao Plano de Ação, co-financiamento para os programas, serviços ou benefícios relacionados ao desenvolvimento de política de assistência social no município”.
Pré-candidatura
O procurador da República Marlon Alberto Weichert, mestre em Direito Constitucional, diz não ter dúvidas: “todo e qualquer ato de improbidade implica perda de função pública e suspensão de direitos políticos”. Por este motivo Zé Filho anda correndo contra o tempo para não ver sua pré-candidatura ir por água abaixo, já que o processo voltou para o Ministério Público, o qual deve dar o parecer ainda este mês.
Nem Dr.Celso, nem Zé Filho, nem o advogado contratado pelo prefeito, Wallace Ramon Café e Silva, falam sobre este processo. O que se sabe é que nenhuma das justificativas apresentadas por Zé Filho foi acatada. O processo, que corre no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), tem o n° 0002040-10.20.2014.805.0208. (foto/divulgação)