A equipe de Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a ONG Proteger – além de todos que empunham a bandeira em defesa da causa animal – correm contra o tempo para mobilizar a comunidade sanfranciscana em torno de um grande anseio: a modernização do Hospital Veterinário Universitário. A obra é uma das que concorrem para obter um recurso de até R$ 1,5 milhão oriundo de emendas participativas do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede).

Professor do curso na Univasf e diretor do hospital, Alexandre Redson procurou o Blog, acompanhado da diretora social da ONG Proteger, para reiterar que o projeto não tem nenhum cunho político-partidário. Segundo ele, a modernização da unidade, localizada no Campus de Ciências Agrárias (CCZ), está entre os 10 projetos aprovados dentro de um edital, elaborado por meio de Gadêlha, o qual fica responsável por alocar os recursos de bancada. Caberá aos pernambucanos a indicação, por meio de voto popular, do projeto que consideram o mais merecedor dos recursos.

A modernização do Hospital Veterinário Universitário está no quesito ‘Educação’. No momento, o projeto já recebeu 1.104 votos – o ideal é chegar a 5 mil. Cada pessoa só poderá votar em um só projeto, e uma única vez. O detalhe é que a votação será encerrada neste domingo (19). Para votar no projeto, basta acessar o link disponibilizado pelo Blog e seguir todos os detalhes na página eletrônica.

“Queremos sensibilizar a população pernambucana, principalmente na nossa região, mas a gente sabe que tem outras cidades, desde a capital Recife até aqui, que lida com a causa animal, com o bem-estar animal. O ideal é que a gente não permita que seu animal adoeça. Então, é tentar fazer uma medicina veterinária preventiva e a parte educativa, socioambiental, de crianças, adultos e professores da rede municipal”, frisou.

Destacando o fato de a Univasf ter retomado as aulas presenciais, Rendson acredita que, caso o projeto seja aprovado, será crucial para modernizar o parque temático do CCZ. Ele adiantou que a reitoria vem trabalhando em conjunto com departamento de Veterinária no sentido de modernizar algumas áreas, mesmo com os recursos cada vez mais parcos destinados pelo MEC à instituição.

“Como a gente ficou esses dois anos parados (em virtude da pandemia), a depreciação predial, dos equipamentos aconteceu até mais rápido do que se a gente tivesse utilizando o prédio. Então, com esses recursos a gente vai conseguir alocar diretamente na clínica veterinária porque, como é uma emenda, ela tem de ser destinada para aquele fim o qual a gente solicitou”, pontuou. Segundo o professor, o investimento vai melhorar desde as aulas até a renovação dos insumos e equipamentos do hospital veterinário, que são praticamente semelhantes aos de um hospital para pessoas.

Otimismo

Integrante da ONG Proteger, a diretora social Ingrid Lima vê com otimismo a possibilidade de o projeto ser o escolhido para receber a emenda participativa. Há 10 anos ela executa um belo trabalho de resgatar animais abandonados nas ruas de Petrolina e Juazeiro (BA). Nesse período, a entidade resgatou quase 8 mil cães e gatos. Mas a missão não é fácil.

Com zero apoio governamental, a ONG se mantém realizando, basicamente, bazares e feiras de tortas. O valor arrecadado, no entanto, não consegue cobrir os custos de retirada dos animais das ruas. Para completar, uma boa parte da equipe inicial já não faz parte da ONG. Segundo Ingrid, a Proteger atualmente não consegue mais fazer o resgate dos bichinhos por conta desse cenário.

Além disso, ela conta que a adoção muitas vezes demora – isso quando acontece. “Por isso enxergo nessa emenda a possibilidade da ONG e dos protetores independentes terem mais acesso à Univasf, além da comunidade. Quantas pessoas não deixam seu animal morrer em casa porque não tem condições de levá-lo a uma clínica?”, ponderou.