Reservatórios do Nordeste ficam abaixo do nível de segurança em 2012

por Carlos Britto // 03 de janeiro de 2013 às 15:01

Os reservatórios do Nordeste terminaram o ano de 2012 abaixo do limite de segurança para o abastecimento do mercado – um mecanismo criado pelo governo federal após o racionamento de 2001 para alertar sobre o nível das represas. De acordo com relatórios do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a capacidade de armazenamento das usinas da região fechou o mês de dezembro em 32,2%. O limite mínimo estabelecido era de 34%.

No sistema Sudeste/Centro-Oeste, a situação não é muito diferente. As hidrelétricas encerraram o ano com uma reserva média de água de 28,8% – apenas 0,8 ponto porcentual acima da curva de aversão ao risco. O nível de armazenamento é semelhante ao de 2000 (28,52%), antes de o governo federal ser obrigado a decretar o racionamento de 2001.

Apesar da condição preocupante, os reservatórios devem começar o ano acima do nível de segurança. Isso porque o ONS recalculou as curvas de aversão ao risco para 2013. Na prática, porém, a situação das usinas continuará bastante delicada. O alívio será apenas no papel.

Ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff afirmou na semana passada, de que “é ridículo falar de risco de racionamento”, se não chover o País poderá ter dificuldades de abastecimento. Além disso o ONS já lançou mão de todos os recursos disponíveis para poupar água nos reservatórios.

Desde o final de outubro, todas as térmicas existentes no País (sejam a óleo combustível, diesel, carvão ou gás) estão em operação. Hoje elas estão produzindo algo em torno de 10,5 mil MW – 22% da produção nacional. Isso representa uma conta de mais R$ 600 milhões por mês para o consumidor brasileiro. O ONS também tem reforçado o intercâmbio de energia entre os sistemas. As regiões Norte e Sul, cujos reservatórios estão com melhores níveis de armazenamento estão mandando mais energia para o Sudeste/Centro-Oeste e para o Nordeste, que juntos representam 90% do sistema nacional. Norte e Sul significam 5% cada.

Trunfo

Um trunfo que o ONS deve ter a partir de meados deste mês é a entrada em operação da Termoelétrica de Uruguaiana. A usina, de 639 MW, instalada no Sul do País, está parada por falta de combustível. Em caráter emergencial, o Ministério de Minas e Energia autorizou a reativação da usina, que vai funcionar com gás natural liquefeito (GNL) importado pela Petrobrás. Ainda assim, as expectativas do governo são de que as chuvas possam aliviar logo esse quadro. (Fonte:Estadão/foto divulgação) 

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