Reunião no MPBA discute estratégias para evitar que rejeitos de Brumadinho cheguem ao Rio São Francisco

por Carlos Britto // 12 de fevereiro de 2019 às 08:00

(Foto: Ricardo Tagliaro/Divulgação)

Representantes de órgãos públicos, universidades e entidades da sociedade civil estiveram presentes ontem (11), na sede do Ministério Público da Bahia (MPBA), em Salvador, para discutir estratégias de acompanhamento e fiscalização que possam reduzir os possíveis impactos ambientais do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, no Rio São Francisco. A reunião foi aberta pela promotora de Justiça Luciana Khoury, que coordena o Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf).

É inadmissível convivermos com essa tragédia de forma tranquila e acharmos que isso é natural. Precisamos fiscalizar para reduzir o risco de rompimento de outras barragens”, destacou Luciana Khoury. Ela frisou que irá instaurar um inquérito civil para que o MP possa apresentar sugestões com o objetivo de prevenir que os rejeitos cheguem ao Rio São Francisco.

A analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibama), na Bahia, Ana Cacilda Reis, que esteve em Brumadinho acompanhando os impactos da tragédia, apresentou as ações que estão sendo tomadas pelo órgão no monitoramento da fauna e flora local, como a aplicação de autos de infração e o resgate de espécies da fauna da região. Segundo Evanilson Maia, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), apenas 3% das barragens brasileiras foram fiscalizadas em 2017. “Há somente 25 técnicos no país para testar e fiscalizar todas as barragens”, afirmou.

Relatório

Segundo relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), o país possui 24.092 barragens cadastradas com vários fins, sendo que 790 são voltadas para a contenção de rejeitos de mineração. A reunião contou com a presença do vereador Romeu Thessing, de Bom Jesus da Lapa, e de representantes da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado da Bahia (SIHS), Defesa Civil da Bahia, Ibama, Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Corpo de Bombeiros, MAB e Cáritas Brasileira – entre outras entidades.

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