Mais uma vez o vereador Rogério Passos (UB) voltou a alertar sobre situação crítica pela qual atravessa o Projeto Pontal, na zona rural de Petrolina. Assim como já tinha feito na semana passada, ele usou a tribuna da  Casa Plínio Amorim na sessão plenária desta quinta (20), após o fato ocorrido ontem (19), quando os produtores do Pontal Sul tiveram o fornecimento de energia elétrica suspenso pela Neoenergia Pernambuco em virtude de uma dívida de quase R$ 8 milhões da 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf junto à empresa.

O vereador e presidente da Associação de Produtores do Pontal afirmou que a apreensão dele e dos demais irrigantes não é apenas quanto ao momento atual – que, aliás, já se mostra complicado de ser resolvido. Ele e um grupo de produtores tiveram uma reunião na 3ª SR, após o corte de energia no Pontal Sul, e ouviram de uma diretora da Codevasf de Brasília (DF), por videoconferência, de que o fornecimento de energia seria normalizado ainda ontem. A Companhia também se comprometeu em zerar a dívida milionária com a Neoenergia assim que o orçamento no Congresso Nacional for votado e aprovado.

O problema é que nem uma solução mais imediata ainda aconteceu. Em contato com o Blog, um produtor informou que até o início da tarde desta quinta, o fornecimento da energia permanecia suspenso. Sem energia, não há como puxar a água para irrigar os lotes. “Quem acabou de plantar, não pode ficar sem água. São mudas de melancia, melão, goiaba florando…isso tudo não pode ficar sem água, porque sem isso não há produção”, frisou.

Pontal Norte

Como se não bastasse esse prejuízo, Rogério deixou no ar uma série de questionamentos quanto ao futuro do Pontal. Uma delas é em relação ao Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC), que assumiu por um período de seis meses a operação e manutenção do Pontal (mais detalhes sobre isso pelas próximas horas).

Rogério se mostra pessimista em relação a quando o Pontal Norte entrará em funcionamento, porque o custo estimado para finalizar a Mancha 23 é de R$ 40 milhões. Mancha 23 é uma área onde várias empresas agrícolas entrarão em operação quando o Pontal Norte estiver pronto. Além disso, serão necessários centenas de milhões de reais para fazer a Mancha 20, cujo canal sairá da região de Amargosa, numa distância de 28 quilômetros, para irrigar essa área.

Completando esse cenário, o vereador também mencionou a situação dos produtores do Riacho do Pontal (conhecido como ‘Pontal perenizado), que estão recebendo a água do projeto, mas não pagam por isso. No entanto, eles já demonstraram a disposição de pagar pela água. “Vão regularizar a situação desse pessoal ou não vão? Como vai ser, daqui para frente, essa operação e manutenção do Pontal, de forma que seja um projeto viável para os agricultores, para que tenham a segurança de plantar e produzir, com um preço pela operação e manutenção do Pontal? Nós, irrigantes que participaram da licitação da Codevasf, que temos compromisso de pagar pelos lotes à Codevasf e pela água, mensalmente, estamos preocupados com esse futuro”, finalizou.