Criado em 2019, o partido Unidade Popular colocou a militância na rua em busca de uma eleição histórica este ano. A legenda irá disputar vagas em casas legislativas, no Congresso Nacional e também na presidência da república. Com cerca de 3 mil filiados em fase de construção de diretórios pelos Estados, o UP é a legenda mais nova do Brasil registrada no TSE, que já conta com 33 partidos homologados.
Formado especialmente por estudantes secundaristas, universitários, sindicalistas, integrantes dos movimentos de mulheres e apoiadores da sociedade civil, o partido se coloca como oposição à direita e como ruptura às alianças de esquerda, apostando em campanhas de rua e na difusão de ideias por meio das redes sociais, uma vez que não possui tempo de propaganda política em rádio e TV.
Em Pernambuco, o advogado e militante do movimento sindical da construção civil de Caruaru, no Agreste, Rafael Wanderley, é um dos nomes para disputar uma vaga para deputado estadual. Em entrevista ao Blog, nesta terça-feira (30), Rafael, que participou da criação da legenda, destacou que suas principais causas serão a luta pela igualdade social e os direitos dos trabalhadores.
“O que nós vemos é um sistema político manipulado para manter as mesmas pessoas, das mesmas famílias, no poder. Foi criado em Pernambuco uma forma de fazer política como oligarquia e dessa forma, manter os mesmos problemas, usando a política como moeda de troca. Nossa proposta é fazer diferente. É lutar por diversidade, representatividade e fazer com que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados”, pontuou.
Campo das Princesas
Em relação ao cenário estadual, Rafael declarou que o partido está alinhado com as propostas do candidato a governador pelo Psol, João Arnaldo e do candidato do PCB, Jones Manoel. E, em caso de segundo turno, a legenda prefere aguardar um cenário mais consistente para se posicionar. “Nós somos oposição ao PSB. Principalmente pela forma truculenta que já tratou os movimentos sociais e estudantis, inclusive ferindo gravemente duas pessoas em atos no Recife, que nem faziam parte da mobilização. É um governo que não representa o povo”, declarou.
Presidência
Questionado sobre as razões de lançar um candidato à presidência, Rafael confessou que a ideia é romper com a “política de alianças contraditórias”, com a candidatura de Leonardo Péricles, de 40 anos, que é o atual líder do partido e morador de Ocupação Urbana em Belo Horizonte. “É único candidato negro que disputa a presidência e estamos lutando para que ele participe dos debates e a população conheça suas propostas de lutar por um país mais justo e que respeite o povo”.