A comissão permanente que luta pela pavimentação da PE-630 recebeu um balde com água fria do governador Paulo Câmara, nesta semana. O motivo é que o gestor não apenas retirou a rodovia do cronograma do Plano Retomada, como rejeitou a possibilidade de R$ 1,5 milhão ao não inscrever a pavimentação da 630 no Orçamento participativo do deputado federal Tulio Gadelha (Rede).
Um dos principais articuladores da comissão, o representante do Conselho Popular de Petrolina, Rosalvo Antonio, não escondeu sua indignação com a “falta de palavra” de Paulo Câmara. Isso porque, segundo Rosalvo, o governador havia se comprometido em 2019, durante visita administrativa a Petrolina, a elaborar um projeto, no valor de R$ 5 milhões, contemplando a pavimentação da rodovia.
Os integrantes do movimento já começaram a desconfiar porque, depois disso, o serviço anunciado pelo Estado ficou resumindo a um trecho de 14 quilômetros no Sertão do Araripe – entre Trindade e a comunidade de Barra de São Pedro, em Ouricuri. Para completar, Rosalvo lembrou que a secretária Fernandha Batista (Infraestrutura e Recursos Hídricos) havia dito ao Programa Nossa Voz, da Grande Rio FM, também durante a semana, que a pavimentação da 630, no trecho prometido, estava dentro do cronograma do Estado e que começaria ainda este ano. No mesmo programa, Paulo Câmara desdisse a afirmação da secretária.
Diante desse cenário, a rodovia continuará como está desde a década de 80, quando as obras de pavimentação foram paradas. Mas Rosalvo não despeja a revolta apenas no gestor. Sobrou alfinetada também para outras lideranças políticas da região, a exemplo dos deputados federais Gonzaga Patriota (PSB) e Fernando Filho (UB), do estadual Lucas Ramos (PSB) e até mesmo do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) – além de outros parlamentares que vêm à região “apenas pedir votos”, disse.
Desenvolvimento
Considerada um vetor de desenvolvimento para os Sertões do Araripe e do São Francisco, a PE-630 beneficia diretamente seis municípios: Petrolina, Afrânio, Dormentes, Santa Filomena, Ouricuri e Trindade. As obras de pavimentação da estrada chegaram a sair do papel no já longínquo início dos anos 80, mas foram interrompidas pouco depois. Há pouco mais de quatro anos, lideranças comunitárias da região se movimentaram com o intuito de criar uma comissão permanente e suprapartidária para lutar pela retomada das obras. Rosalvo Antonio, um dos integrantes, já declarou que essa luta só será encerrada quando o Estado realizar a ação prometida.
este cara não tem outro assunto a não ser esta rodovia?