Em Salgueiro (PE), no Sertão Central, as forças políticas locais são popularmente divididas entre os “Leões” e as “Zebras”. O primeiro grupo, com alicerces no PSB, está há quatro mandatos no poder. O segundo tem origem no antigo PFL, atualmente DEM. Para as eleições municipais de 2016, pode-se esperar, portanto, um “clássico”. O nome indicado pelo atual prefeito Marcones Libório de Sá (PSB), certamente, deverá enfrentar um indicado pela principal força de oposição, cujo “cacique” é o desembargador aposentado Francisco Sampaio, de 86 anos.

Os nomes ventilados como candidatos à sucessão do atual prefeito são: a ex-prefeita Cleuza Pereira (atual suplente de deputada federal e ex-assessora especial do governo Eduardo Campos) e o seu primo Marcelo Sá, atual secretário municipal de Planejamento. Marcones Libório evita cravar quem é o escolhido, mas os dois são velhos conhecidos da população salgueirense.

Cleuza foi prefeita por três mandatos e Marcelo é secretário municipal desde a gestão passada. “A gente vem de uma continuidade de 16 anos na prefeitura. Esse ano é um ano difícil, de crise no País todo. Os prefeitos então têm que focar na administração e a eleição é uma consequência”, avaliou o prefeito.

Oposição

A oposição aposta na chamada “fadiga de material”, consequência de quando um grupo político está há muitos anos no poder. Em 2012, viu-se a união de duas forças oposicionista. Encabeçando a chapa, Alvinho Patriota (PV), que representa uma terceira via em Salgueiro, se uniu com a oposição histórica, liderada pelo DEM. Como resultado, a vice na chapa oposicionista foi ocupada por Francisco Sampaio. A união, contudo, não foi suficiente para sair vencedora. “A dúvida agora é: ele (Francisco Sampaio) está com 86 anos. O grupo dele ainda fala que ele é candidato, mas… E não tem herdeiro político”, ponderou o prefeito.

Vereador oposicionista, Paulo Afonso (DEM), que já foi prefeito de Salgueiro, demonstrou pouco entusiasmo com a disputa eleitoral. “Durante 40 anos é zebra e leão, que ainda vão prevalecer por muitos anos, apesar de desgastados. A terceira via são aqueles que desejam o poder, mas não se aliam nem com um nem com outro. É normal o saturamento da atual administração, ainda mais com essa crise. Mas eles estão mais organizados que nós, que tem dentro do partido correligionário hostilizando correligionário”, avaliou o vereador, que confidenciou desistir da candidatura à reeleição em 2016. (fonte: JC)