O clima tenso na Bolívia após o resultado das eleições do último dia 20/10, que confirmou mais um mandato de Evo Morales à Presidência da República, vem deixando estudantes brasileiros preocupados. Depois que duas petrolinenses pediram ajuda à Embaixada brasileira para deixar a Bolívia, este Blog recebeu a notícia que mais quatro estudantes do Sertão de Pernambuco também passam por dificuldades diante da instabilidade política do país.
O grupo é de Ouricuri (no Araripe) e está residindo em Cochabamba, onde também vivem as duas estudantes de Medicina que foram cursar Medicina.
A reportagem do Blog conversou com o pai de um deles – uma jovem que também seguiu Medicina e está em processo de conclusão do curso. Segundo o pai, que pediu para não divulgar seu nome nem o da filha, ela está na fase de ‘província’, uma espécie de compensação pelo que o governo oferece como logística para quem vai estudar na Bolívia. O período da província é de três meses e a jovem deveria concluir em dezembro, mas a tensão nas ruas provocada entre os correligionários e os adversários de Morales está inviabilizando a permanência dos brasileiros.
“Ela já está tendo dificuldades para ir ao trabalho. São mais de 12 quilômetros entre a casa dela e o hospital onde trabalha, se expondo ao perigo”, alertou o pai. Ele contou também que os mantimentos estão acabando e há dificuldades em se conseguir voos para sair da Bolívia. Apesar do cenário, o pai disse que sua filha vem conseguindo manter um contato diário com a família em Ouricuri. Ele informou que está tentando um contato com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). “Ele é aliado do presidente Bolsonaro e pode nos ajudar”, frisou.
Apelo
Ontem (30) o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) fez um longo discurso em prol dos estudantes brasileiros, após receber um telefonema do deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), que o informou sobre o desespero relatado por uma mãe de estudante. Sérgio Petecão fez um apelo ao governo federal para auxiliar esses jovens, os quais estariam até sofrendo represálias da população local. Em nota, o Itamaraty informou que a Embaixada acompanha a situação de segurança na Bolívia e orienta os brasileiros a permanecerem em casa e estocarem água e mantimentos.
Muitos já moravam dentro da feira quando era aberta, antes da reforma.