Sem ‘ideologia de gênero’, Plano Municipal de Educação é aprovado pela Casa Plínio Amorim

por Carlos Britto // 23 de junho de 2015 às 06:45

audiênciaDurante sessão tumultuada que durou mais de quatro horas e teve até bate-boca entre uma vereadora e a platéia, a Câmara Municipal de Petrolina aprovou na sessão desta segunda-feira (22) o Plano Municipal de Educação (PME), que norteará pelos próximos dez anos as ações municipais para o setor educacional.

A matéria chamou a atenção da sociedade organizada, desde a sua discussão em razão de temas polêmicos, como a inclusão da ideologia de gênero, suprimida do texto original proposto pelo Governo Federal. O projeto foi aprovado por 17 votos a zero.

dom manoelA audiência contou com a presença do bispo de Petrolina, Dom Manoel dos Reis de Farias, que disse que nenhum projeto pode ferir a lei natural da vida.

Deus criou homem e mulher, então não se pode projeto nenhum ferir aquilo que é direito natural. A educação geral é uma coisa libertadora, mas como eu nunca assisti a uma aula de educação sexual não tenho como saber, mas dizem que é um ‘treinamento sexual’”, disse o religioso.

Membros de igrejas evangélicas também compareceram à sessão e opinaram sobre a questão da identidade de gênero. Para Manoel Sidney Paixão, a reestruturação do currículo para a educação pode influenciar no crescimento das crianças. “Há tantas outras coisas mais importantes para uma criança aprender. Concordo que temos que ensinar a questão da diversidade, mas não para crianças de 3 anos. Isso é uma aberração”, afirmou.

Bate-boca

maria elenaDurante o discurso da vereadora Maria Elena, que defendia que o projeto poderia combater o bullying, o preconceito e a discriminação, parte da platéia que estava a favor da retirada dos termos de ideologia de gênero do projeto, vaiou a vereadora e muitos ficaram de costas.

A vereadora, então, já exaltada, pediu mais respeito e disse que estava avaliando a questão como educadora, e que a escola deve, sim, orientar e, para isso, os professores precisam estar preparados.

Secretário de Educação

O secretário de Educação de Petrolina, Heitor Leite, considerou o debate produtivo e disse que o PME é apenas uma das etapas do processo para a melhoria da educação no município. “O debate foi positivo. Destaco que todos os vereadores continuem lendo o Plano Municipal. Para que ele possa ser colocado em prática, tem que ser lido e compreendido. A questão da identidade de gênero, tão debatida aqui, afasta a principal função do projeto. Se colocado em prática, o Plano Municipal de Educação resultará em grande avanço para o setor em Petrolina”, avaliou Heitor Leite.

Por Duda Oliveira

Sem ‘ideologia de gênero’, Plano Municipal de Educação é aprovado pela Casa Plínio Amorim

  1. Guimarães disse:

    A defesa da tal ideologia de gênero por parte de alguns vereadores demonstra, das duas uma; Ou NÃO SABEM o que significa tal ideologia, ou fazem exatamente o contrário do que pensaram os eleitores que tiveram a infelicidade de elegê-los: Defender a população e suas famílias.
    Não quero acreditar que a cúpula do legislativo municipal sejam tão néscios em relação à mais maligna, desconstrutiva e absurda doutrina já inventada.
    Que o próprio Secretário estude o que vem a ser tal ideologia, para não falar o que não sabe.

  2. FireWall disse:

    Olha, eu acho muito digno a luta pelo respeito e aceitação por parte dos homossexuais, Porém acredito que as ferramentas usadas estão muito erradas. Ensina uma criança a respeitar as pessoas seja ela branca ou negra, baixa ou alta, homo ou hetero… etc e etc é uma coisa. Expor a criança à uma ideia de que ela tem o direito de escolher a sexualidade e que o pai tem que acatar essa ideia é outra. uma criança não sabe sobre sua sexualidade e não deve ser ocupada a isso, Porém repito o que falei antes: “ensinem à criança respeitar a todos” e não induzi-la a ter um pensamento a qual ela não está preparada e expor à mentalidades desnecessárias para a infância.
    Levando em conta as palavras da tau “PEDAGOGA” eu acho que ela ta toda desorientada, pois eu acredito que ela seja contra a redução da maioridade penal, Mas qual argumento ela usaria pra ser contra? Há, talvez dizer que os jovens não deve ser responsabilizados pelos erros pois são de menores e que muitas vezes não pensam ou não têm consciência das consequências e bla-blá-bla… e a criança tem consciência de sua sexualidade quando na realidade só pensam em brincar? Como será que estão sendo formados nossos professores e pedagogos, será que estão saindo das faculdades com essas ideias levianas? ou será que são mais um antigo universitários que filavam aula, que colavam as provas ou quem sabe se drogavam em seu eventos e congressos da vida? (lógico que existem muitas exceções)!
    Mas discordo totalmente dessa pedagoga que acredito que talvez ela mesma induza os proprios filhos (se é que tem filho) a serem o que realmente não querem!!!

  3. Paulo disse:

    O Estado é laico. Direitos humanos devem obrigatoriamente constar no currículo das escolas. Esse termo “Ideologia de Gênero” é risível. Pergunte para algum LGBT se ele teve algum curso que os ensinou a serem o que são. Gays são filhos de pais heterossexuais e crescem em ambientes extremamente heteronormativos. Acredito que a intenção da discussão de gênero na escola é justamente para diminuir os episódios de homofobia, machismo e preconceito. Os LGBTS estão nas escolas. Existem crianças que já na tenra idade sofre todo o tipo de humilhação. Quem se preocupa com essas crianças que sofrem diariamente? Essas nunca são lembradas por esses falsos moralistas. Igreja não tem que se meter na formação escolar, isso é sempre perigoso. Um exemplo são crianças que nascem no ceio de religiões de matriz africana que muitas vezes são rechaçadas em sala de aula devido à intolerância que é incentivada pelos pais, escolas e igrejas.

    Respeito é fundamental. A convivência com a diferença é um fato. Não se pode fechar os olhos para a realidade. Discutir o gênero e diversidade em sala de aula é salutar. Caso isso tivesse sido feito desde cedo não teríamos tantos ignorantes que criticam algo que nem sabem do que se trata. Abafar um problema faz com que ele piore. Todos temos que aprender a lidar com o diferente. Parar de temer e repudiar aquilo que nem se quer queremos ouvir falar. Amadureçam meus caros! Estamos no século XXI não na Idade Média.

    1. Professora da educação básica disse:

      Parabéns Paulo, pelo seu posicionamento. Mas quero aqui ressaltar que não é só isso. As pessoas que LERAM o Plano Municipal, diferente daquelas que só procuraram nele os termos “gênero e diversidade”, compreendem o que, de fato, ele representa para a melhoria da qualidade da educação no nosso município. Mesmo porque, em nenhuma meta ou estratégia a tal “ideologia de gênero” foi contemplada. Ideologia e igualdade são palavras diferentes. Diversidade é um termo muito amplo, usado em vários contextos e o único contexto no qual ele não foi usado no plano foi no contexto sexual. Li, no plano, o termo diversidade associado ao contexto étnico-racial, sócio-ambiental e cultural, mas em nenhum momento o vi associado ao contexto sexual. No entanto, o que pude perceber é que a cegueira da hipocrisia é grande o suficiente para mobilizar grupos e orientar ações incoerentes, que demonstram apenas a falta de educação e de cultura da maioria dos nossos vereadores e de boa parte dos líderes e de segmentos da nossa sociedade. Retirar os termos “diversidade e gênero” e deixar “educação para a sexualidade” é só um exemplo de que eles nem sabiam contra o quê estavam protestando. Ademais, não é a retirada desses termos que vai impedir que a sexualidade seja discutida nas escolas, pois a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), lei federal sancionada em 1996, inclui no currículo escolar a “orientação sexual” como um tema transversal, a ser trabalhado em todos os níveis e modalidades. Então, o que podemos concluir sobre toda a discussão que aconteceu na câmara? Que de “uma boa educação” alguns de nossos líderes e representantes estão mais precisados do que nossos alunos.

  4. Adriano Azevedo disse:

    EU SOU CONTRA TOTALMENTE EM IMPLANTAR A IDEOLOGIA DE GÊNEROS NAS ESCOLAS!

  5. cidadao disse:

    Todos que vivem os principios Biblicos nao concorda com essa ideologia de genero, quem nao se preocupa com a familia aceita a ideologia de genero

  6. nina disse:

    Pra q tanta hipocrisia? Mts vereadores defendem e votam projetos que nem sabem a origem e nem o pq… A modernidade caminha a longos passos… e qd imagino q tem gente ainda dentro das cavernas… Nossaaaaaaaaaaaa!!!!!

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