O Senado aprovou nessa terça-feira (13) o Estatuto da Segurança Privada, que regulamenta as atividades das empresas de segurança e transporte de valores no Brasil. O texto, que aguardava aprovação há mais de uma década, segue agora para a sanção presidencial. O projeto original (PLS 135/2010), do ex-senador Marcelo Crivella, estabelecia apenas um piso salarial nacional para a categoria dos vigilantes e foi aprovado pelo Senado em 2012. Remetido à Câmara dos Deputados, foi aprovado em 2016 na forma do texto alternativo, com regras mais abrangentes. O texto passou a tratar de temas como atuação das empresas de segurança, regras para formação de profissionais, uso de armas e outros equipamentos controlados, além de estabelecer capital social mínimo para as empresas do setor.
O substitutivo já havia sido aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em 2017, mas foi arquivado em 2022 devido ao final da legislatura. O requerimento para que fosse desarquivado no Senado foi aprovado em 2022. Em junho de 2024, passou a tramitar com urgência e foi diretamente para o Plenário. A versão aprovada pelo Senado nesta terça-feira (13) seguiu o relatório do senador Laércio Oliveira (PP-SE). Algumas mudanças feitas pela Câmara foram suprimidas e o relator também fez alterações redacionais.
Entre os pontos de destaque, o projeto aprovado impõe maior rigor na fiscalização das empresas de segurança privada pela Polícia Federal (PF) e proíbe a atuação de empresas e cooperativas clandestinas, que atualmente representam uma parcela significativa do setor. A proposta também proíbe a participação de estrangeiros no capital votante das empresas de transporte de valores e restringe a atuação de bancos nesse mercado. O Estatuto também determina a criação de serviços orgânicos de segurança para empresas e condomínios, desde que autorizados pela Polícia Federal. Além disso, o texto estabelece sanções para infrações cometidas por prestadores de serviços de segurança, que incluem advertências, multas, e até o cancelamento da autorização de funcionamento.
Senadores que apoiaram a aprovação do texto destacaram a necessidade de adequar a legislação à realidade atual, incluindo o combate à clandestinidade no setor e a regulamentação do uso de novas tecnologias de segurança. No entanto, algumas disposições, como a atuação de empresas de segurança em presídios, foram retiradas do texto final, por requererem mais debate. O projeto segue agora para a sanção do presidente da República, e as empresas do setor terão um prazo de até três anos para se adequarem às novas exigências.
Deveriam liberar fuzis para as empresas de transporte de valores, quem consegue enfrentar bandos armados com fuzis e metralhadoras com pistolas? Coisa de doido.