O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendeu nesta quarta-feira (27) o fim da sobretaxa de 12% cobrada nas exportações brasileiras de uva e manga para a União Europeia. Durante audiência pública com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o senador citou o grande impacto da sobretaxa na produção dessas frutas na região de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia. A região é responsável por mais de 90% da produção de uva e manga exportada pelo Brasil.
“Esse agronegócio tem um volume de mais de 300 milhões de dólares por ano e é responsável por mais de 100 mil empregos, especialmente em Petrolina e Juazeiro, na Bahia. Por isso, precisamos acabar com a sobretaxa de uva e manga para União Europeia. A gente paga 12% a mais. Chile e Peru não pagam. Isso está tirando o mercado e o emprego aqui no Brasil. Precisamos agilizar o acordo Mercosul – União Europeia em defesa do interesse nacional”, ressaltou o senador.
Segundo a ministra Tereza Cristina, o acordo entre Mercosul e União Europeia está em negociação pelo governo brasileiro. “Este acordo está sendo discutido justamente esta semana porque, realmente, há coisas que são interessantes para o Brasil, mas a contrapartida exige negociação forte para derrubar tarifas que tanto prejudicam as nossas exportações”.
Embrapa
FBC também falou sobre as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, especialmente as tecnologias de convivência com a seca que são transferidas para os produtores do semiárido. Uma dessas tecnologias, segundo o senador, é a variedade de uva Vitória, campeã de vendas. No entanto, a Embrapa transferiu a tecnologia para produtores da África do Sul sem cobrar royalties.
“Hoje, produtores da África do Sul estão produzindo a variedade Vitória e competindo com os produtores do Brasil. E os produtores de Petrolina e Juazeiro, na Bahia, pagam 5% de royalties nas variedades que são importadas da Califórnia, para que a gente possa competir no mercado internacional. Então eu acho que uma das coisas que a Embrapa deveria fazer é cobrar pelas suas tecnologias”, afirmou o líder do governo.
Segundo a ministra Tereza Cristina, para receber royalties pelas tecnologias desenvolvidas, a Embrapa precisa mudar o seu modelo jurídico. “Estamos buscando um modelo mais moderno para que a Embrapa possa usufruir de toda essa pesquisa desenvolvida em favor do Brasil”, concluiu.
Legislando em causa Propria!
Obrigada senador, por tentar destravar os gargalos das exportaçoes. Nos que vivemos da área irrigada do Vale do São Francisco sabemos exatamente o que esses assuntos significam para a região.
A Embrapa tem muito mais potencial do que o disponível até o momento.
Precisa apenas receber apoio e condições necessárias.