Nos últimos dias a taxa de ocupação dos leitos de UTI em Petrolina (PE), Sertão do São Francisco, destinados a pacientes com o novo coronavírus (Covid-19), tem preocupado a população pela sua escassez de vagas, fato este diversas vezes veiculado por este Blog. Em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi informado que está sendo estudada a reposição de leitos no município de Petrolina após o encerramento das atividades do hospital de campanha, mas que não foi observado nos dados registrados pelos municípios, um aumento na curva pela 8ª Geres, onde fica Petrolina. “Nós tivemos, inclusive, uma redução quando comparamos em 15 dias, de 15% nos casos graves. Para se ter uma ideia foram 19 casos de síndrome respiratória aguda grave em toda a 8ª região de saúde, que engloba Petrolina e outros municípios”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo, no último dia 26 de novembro, durante coletiva de imprensa.
André Longo também contou que o monitoramento do cenário epidemiológico dos indicadores da Covid-19 na região continua e revelou que está em “tratativa com o Hospital Universitário da Univasf, e também com a organização social que cuida da Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) para montar um plano de contingência. A prefeitura tem procurado ajudar também com a contratação de leitos”. Quanto a utilização dos leitos do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ), o secretário informou que estão tratando com a Secretaria de Saúde da Bahia “para que não haja um desabastecimento de leitos no lado da Bahia e o lado de Pernambuco seja sobrecarregado”, ressaltou.
Para o secretário de Saúde, o aumento na procura por atendimento e nas testagens pode estar levando à falsa sensação de que os casos estejam crescendo. “Há, sim, uma maior procura pelos serviços de saúde com casos leves e síndrome gripal. A orientação para esse tipo de caso mudou, as pessoas não estão mais ficando em casa, estão procurando os pontos de atendimento, estão procurando se testar para saber se efetivamente têm a doença, e isso tudo acaba gerando uma sensação que você tem um maior número de casos”, explicou André Longo.
A 4ª Macrorregião que compõe a 8ª Geres, em que Petrolina está inserida, conta com 115 leitos abertos pelo Governo de Pernambuco, sendo 72 de enfermaria e 43 de UTI.
Hospital Universitário
Nesta terça-feira (1º), o superintendente do Hospital Universitário (HU-Univasf), Itamar Santos, contou em entrevista ao Programa Carlos Britto, na Rural FM, que até esta manhã, dos 10 leitos de UTI da unidade, nove estavam ocupados. “Nós trabalhamos com a UTI de alta complexidade, são os casos de Covid mais complicados. Inclusive ontem chegamos a ter 10 pacientes internados. Então, é uma situação preocupante porque a gente é a UTI de último degrau. Depois da gente não tem mais ninguém. Estamos tentando organizar, a titulo de rede, para que a gente consiga rapidamente identificar os casos, tentar nas UTIs menos complexas, e deixar as nossas para aquela que não consegue uma solução”, explicou.
Para o superintendente, o fechamento do hospital de campanha foi uma grande perda. “Era um apoio imenso, principalmente para o nosso hospital, porque aquele paciente mais grave, quando ele melhorava, usava o hospital de campanha como apoio. Então a gente deixava o Hospital Universitário com uma ocupação média, que era mais ou menos quatro pacientes, e aqueles que tivessem numa situação melhor já eram transferidod para o de campanha. Realmente, a gente perde com isso”, contou.
Carlos Britto, seria interessante saber como ficou o resultado desta campanha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/compra-de-respiradores-para-coronavirus.